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| | Poesia | |
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Autor | Mensagem |
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fatima berenguel Top 500
| Assunto: Re: Poesia Sex Abr 23, 2010 12:32 pm | |
| MEU AMOR DA RUA ONZE
Tantas juras nós trocamos, Tantas promessas fizemos, Tantos beijos roubámos, Tantos abraços nós demos.
Meu amor da Rua Onze, Meu amor da Rua Onze, Já não quero Mais mentir.
Meu amor da Rua Onze, Meu amor da Rua Onze, Já não quero Mais fingir.
Era tão grande e tão belo Nosso romance de amor Que ainda sinto o calor Das juras que nos trocamos.
Era tão bela, tão doce Nossa maneira de amar Que ainda pairam no ar As promessas que fizemos.
Nossa maneira de amar Era tão doida, tão louca Qu'inda me queimam a boca Os beijos que nos roubámos.
Tanta loucura e doidice Tinha o nosso amor desfeito Que ainda sinto no peito Os abraços que nos demos.
E agora Tudo acabou. Terminou Nosso romance.
Quando te vejo passar Com o teu andar Senhoril, Sinto nascer
E crescer Uma saudade infinita Do teu corpo gentil De escultura Cor de bronze, Meu amor da Rua Onze. Aires de Almeida Santos, angolano | |
| | | fatima berenguel Top 500
Idade : 76 Localização : Lisboa bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Sex Abr 23, 2010 12:41 pm | |
| Viriato da Cruz Serão de Menino
Na noite morna, escura de breu,
enquanto na vasta sanzala do céu,
de volta das estrelas, quais fogaréus,
os anjos escutam parábolas de santos...
na noite de breu,
ao quente da voz
de suas avós,
meninos se encantam
de contos bantos...
"Era uma vez uma corça
dona de cabra sem macho...
..........................................
... Matreiro, o cágado lento
tuc... tuc... foi entrando
para o conselho animal...
("- Não tarde que ele chegou!")
Abriu a boca e falou -
deu a sentença final:
"- Não tenham medo da força!
Se o leão o alheio retém
- luta ao Mal! Vitória ao Bem!
tire-se ao leão - dê-se à corça."
Mas quando lá fora
o vento irado nas frestas chora
e ramos xuxualha de altas mulembas
e portas bambas batem em massembas
os meninos se apertam de olhos abertos:
- Eué
- É casumbi...
E a gente grande -
bem perto dali
feijão descascando para o quitende -
a gente grande com gosto ri...
Com gosto ri, porque ela diz
que o casumbi males só faz
a quem não tem amor, aos mais
seres busca, em negra noite,
essa outra voz de casumbi
essa outra voz - Felicidade... | |
| | | fatima berenguel Top 500
Idade : 76 Localização : Lisboa bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Dom Abr 25, 2010 1:17 pm | |
| AFRICA DO MEU AMOR[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link] AFRICA DO MEU AMOR Nos meus tempos de soldado Procurei a paz dos honestos Na África do meu amor Ali na terra vermelha e fértil Da savana Africana Nas margens dos rios De todas as ofertas da natureza, Os animais buscavam sua presa A fim de saciarem a fome Como se ali fosse a única Parte do mundo onde Deus passou Deixando um rasto de beleza celestial Naquelas terras que fazem bater Mais forte os corações de todos Por vezes numa aldeia qualquer Duma terra Africana Ao som do velho batuque Meninas de lábios gulosos E meninos de modos de desejo Bailavam como se aquela Fosse a última dança A dança do resto de suas vidas Na esperança que a paz, A paz dos justos, Voltasse aquele lugar sagrado Onde os homens são mais irmãos Tudo isto me encanta E tudo isto me marcou Enchendo-me o coração de ternura Recordando eu hoje, E sempre com satisfação e orgulho Esta África do meu amor de: Fernando Ramos
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| | | lopes Moderador
Idade : 76 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Seg Abr 26, 2010 11:56 pm | |
| NÃO VALE A PENA PISAR
O capim não foi plantado nem tratado, e cresceu,é força tudo força que vem da força da terra. Mas o capim está a arder e a força que vem da terra com a pujança da queimada parece desaparecer. Mas não!Basta a primeira chuvada para o capim reviver
MANUEL RUI | |
| | | fatima berenguel Top 500
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| Assunto: Re: Poesia Ter Abr 27, 2010 2:52 pm | |
| Na dança dos dias meus dedos bailaram... Na dança dos dias meus dedos contaram contaram, bailando cantigas sombrias... Na dança dos dias meus dedos cansaram... Na dança dos meses meus olhos choraram Na dança dos meses meus olhos secaram secaram, chorando por ti, quantas vezes! Na dança dos meses meus olhos cansaram... Na dança do tempo, quem não se cansou?! Oh! dança dos dias oh! dança dos meses oh! dança do tempo no tempo voando... Dizei-me, dizei-me, até quando? até quando? Alda Lara (poetisa angolana) | |
| | | fatima berenguel Top 500
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| Assunto: Re: Poesia Ter Abr 27, 2010 2:57 pm | |
| Além da Terra, Além do Céu [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link] Uploaded with [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]Além da Terra, além do Céu, no trampolim do sem-fim das estrelas, no rastro dos astros, na magnólia das nebulosas. Além, muito além do sistema solar, até onde alcançam o pensamento e o coração, vamos! vamos conjugar o verbo fundamental essencial, o verbo transcendente, acima das gramáticas e do medo e da moeda e da política, o verbo sempreamar, o verbo pluriamar, razão de ser e de viver. Carlos Drummond de Andrade (poeta brasileiro)
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| | | fatima berenguel Top 500
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| Assunto: Re: Poesia Ter Abr 27, 2010 3:14 pm | |
| Este é o poema de amor [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link] Uploaded with [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]Este é o poema do amor. O poema que o poeta propositadamente escreveu só para falar de amor, de amor, de amor, de amor. para repetir muitas vezes amor, amor, amor, amor. Para que um dia, o Cérebro Electrónico contar as palavras que o poeta escreveu, tantos que, tantos se, tantos lhe, tantos tu, tantos ela, tantos eu, conclua que a palavra que o poeta mais vezes escreveu foi amor, amor, amor. Este é o poema do amor. António gedeão | |
| | | fatima berenguel Top 500
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| Assunto: Re: Poesia Qui Abr 29, 2010 3:02 pm | |
| [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]Ela veio do mato e confundiu as estrelas com as luzes da cidade Na cidade os seus olhos eram duas estrelas E no coração de muitos homens não brilhou outro sol se não a linda filha de soba que viera das terras da Lunda e morava no muceque Sambizanga Mas os seus olhos confusos descobriram na cidade um mundo diferente onde a sua alma era aferrolhada nos navios que levaram do Congo os homens sobre o mar Kalunga! Morte Aquela cidade era um mar era a sua morte E na cidade brilhante que é um mundo, um mar Kalunga! onde em cada rua partem navios para longe de cada homem perdeu duas estrelas – Os olhos da linda filha dum soba da Lunda. Agostinho Neto (Angola) | |
| | | fatima berenguel Top 500
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| Assunto: Re: Poesia Sex Abr 30, 2010 3:27 pm | |
| Como se reza o Pai Nosso na Damais Hey Brother que tás no alto Não sejas Kota não sejas ralha Aceita no teu reino a maralha. Tás a ouvir, Man? Yo! Dá-nos os morfes do dia a dia Desculpa lá qualquer coisinha Qu'a gente perdoa-lhes também. Livra-nos do mal, livra-nos da bófia. Tu tens o power. Tu tens a glory. Agora, Man, Para sempre Man: Fica cool! Tasse bem... Yo | |
| | | fatima berenguel Top 500
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| Assunto: Re: Poesia Sex maio 07, 2010 1:36 am | |
| [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link] Uploaded with [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]Pensamento de uma criança africana Quando eu nasci, era preto; Quando cresci, era preto; Quando pego sol, fico preto; Quando sinto frio, continuo preto; Quando estou assustado, também fico preto; Quando estou doente, preto; E, quando morrer continuarei preto! E você, cara branco, Quando nasce, você é rosa; Quando cresce, você é branco; Quando você apanha sol, fica vermelho; Quando sente frio, você fica roxo; Quando você se assusta, fica amarelo; Quando está doente, fica verde; Quando você morrer, você ficará cinzento... E você vem me chamando HOMEM DE COR??!! Autor Desconhecido | |
| | | lopes Moderador
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| Assunto: Re: Poesia Sex maio 07, 2010 11:46 pm | |
| Ronda Na dança dos dias meus dedos bailaram... Na dança dos dias meus dedos contaram contaram,bailando cantigas sombrias... Na dança dos dias meus dedos cansaram... Na dança dos meses meus olhos choraram Na dança dos meses meus olhos secaram secaram,chorando por ti,quantas vezes!. Na dança dos meses meus olhos cansaram... Na dança do tempo, quem não se cansou?! Oh! dança dos dias Oh! dança dos meses Oh! dança do tempo no tempo voando... Dizei-me,dizei-me, até quando?até quando? ALDA LARA (poemas) | |
| | | fatima berenguel Top 500
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| Assunto: Re: Poesia Sex maio 14, 2010 3:46 pm | |
| [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link] Uploaded with [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]A Cubata Cuidado com essa brincadeira Se você partir a cubata, Mulata vai ficar zangada Se você partir a cubata. Aquela cubata toda feita de lata Foi a Mulata, foi quem fez, Quando chegar o Carnaval Ela vai tocar batuque na cubata de lata. Mulata, vai ficar zangada Vai ficar zangada se partir a cubata, vai... Quando chegar o carnaval Ela vai tocar na cubata de lata, sim... Angolano Desconhecido | |
| | | fatima berenguel Top 500
Idade : 76 Localização : Lisboa bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Sex maio 14, 2010 4:03 pm | |
| [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]O Sorriso de Criança A Raça Humana não tem cor, Tanto sorri o Branco Como o negro sente dor. Não me senti nada diferente Por entre aquela gente, Onde também salta Criança Sorri e tembém se sente. Criança daquele Mundo vivem sempre a sorrir, São filhos de mulheres humildes Que também sofrem ao parir. Pegam num pedaço de pau Com ele fazem um brinquedo, Brincam na poeira e no capim E não há nada que lhes meta medo. Com eles eu cresci Brinquei e me fiz homem, Hoje distante, eu me encontro Em meu coração elas dormem. José de Sousa | |
| | | fatima berenguel Top 500
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| Assunto: Re: Poesia Sex maio 14, 2010 4:05 pm | |
| [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]Um dia fui passear Numa nave espacial, Para umas férias diferentes Não sabia onde ficar. No local mesmo ideal Foi lá que a nave parou, Maravilha!... desci logo Meu coração interrogou. Que terra linda era aquela Depressa fiquei sabendo, Que era Angola afinal Que um dia me viu crescendo. Amigos, muitos encontrei Entre, aquela gente Angolana, Com eles fiz piqueniques Onde havia muita banana. E na hora da partida Uma lágrima limpei, O meu lencinho acenei E bastante eu chorei. Para onde vai agora? Na nave me perguntaram, Leve-me até à Gabéla Onde tanto me amaram. Decidi ficar por lá Nas lindas terras do Amboim, Todos quando me lá viram Correram em direcção a mim. Na hora de seguir viagem Segui minha intuição, Mandei parar a nave No meio daquele sertão. Terra bela naquele deserto Com seu povo tão gentil, Que bela recepção Estava no mês de Abril. Quiseram saber de onde vinha De Portugal, respondi eu, E ficaram encantados Por verem quem com eles viveu. Tudo estava como deixei Tudo mesmo original, Fui recebido pelo o povo Com um abraço fraternal. Com meus olhos chorando E com um sorriso encantador, Mandei chamar aquela negra Por quem senti muito amor. Tinha casado e já com filhos Fiquei muito amargurado, Virei-me p’ra trás chorando Com o coração despedaçado. Depois ela me disse Que o marido morreu na guerra, Para eu não me ir embora E ficar ali com ela. Pedi autorização ao Soba Para na aldeia me acolher, Houve festa de grande pompa Só parou com o dia a romper. Publicada por José Sousa | |
| | | fatima berenguel Top 500
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| Assunto: Re: Poesia Sex maio 14, 2010 4:08 pm | |
| [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]MÃE NEGRA As mulheres de toda Angola No dorso levam seus filhos, À cabeça seguram vasilhas Ou vão sachando os seus milhos. Por entre a floresta Mãe negra procura lenha, Vários frutos trás com ela E na boca sua “Macanha”. Com pequeno sacho mexe a terra E a mandioca vai plantando, Depois volta para casa E numa fogueira vai cozinhando. Faz calúlú com quiabos Ou “muamba” de Galinha, Com pirão de mandioca Ou de milho, fina farinha. Não vive com complexos É uma mulher especial, Os peitos e as coxas ao léu Tudo nela é natural. Mulher de etnia Kwanhamas. Sul de Angola. Esta é a mais antiga etnia de toda a África, onde a maioria vivem completamente nus. A riqueza de cada família é notada pela quantidade de pulseiras que vão colocando nos pés. Publicada por José Sousa | |
| | | fatima berenguel Top 500
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| Assunto: Re: Poesia Sex maio 14, 2010 4:13 pm | |
| [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]Num deserto exótico Africano Na noite quente de luar, Ouço um ribeiro que corre E a passarada a cantar. Na tenda real a rapariga Escrava ajoelha-se aos meus pés, Sou seu Rei e senhor Mas benevolente e de boas marés. Todo o ar está saturado Do seu exótico perfume, As carícias que ao macaco dá Deixam-me cheio de ciúme. Ela atreve-se a olhar Nos meus olhos pela primeira vez, Nossos corações batem, batem Enquanto descubro sua nudez. Ela sabe que me pertence E é a razão do meu viver, Fazer tudo o que eu lhe pedir Dar-me amor e muito prazer. Nesse deserto tão exótico, Passa-mos toda nossa vida, Vou desfrutando da felicidade Dessa mulher que me é querida. Desta floresta não vou sair Para sempre cá vou morar, Deita-te comigo e vem dormir E que não seja só a sonhar. Publicada por José Sousa | |
| | | fatima berenguel Top 500
Idade : 76 Localização : Lisboa bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Sex maio 14, 2010 4:23 pm | |
| [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link] [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]É no papel e na caneta A única forma que tenho, Para desabafar o coração Das coisas que nele mantenho. Não lhes guardo segredos Tudo lhes confidencio, No que no meu peito existe No papel eu o esvazio. O que vai dentro de mim Faz doer meu coração! As horas e os dias passam Cada vez com mais solidão. Mas o eco dos meus sentimentos Não o encontro em alguém, Vou vivendo a triste sina Como um prisioneiro e refém. Ás vezes entro em desespero E de tudo faço para me acalmar, Só me sinto mais feliz Quando me sento á beira-mar. Meu olhar se esvai no horizonte O vento sopra tentando limpar, As lágrimas da minha face Que pouco a pouco sinto a secar. Ali na praia sentado Caneta papel na minha mão, Ouço uma voz que me diz: -É teu o meu coração! Adeus papel e caneta Valeu a pena, já encontrei, O amor da minha vida Que por tanto lado procurei. Publicada por José Sousa | |
| | | fatima berenguel Top 500
Idade : 76 Localização : Lisboa bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Sex maio 14, 2010 4:24 pm | |
| [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]amor é um moinho Mói, mói, mói, O amor é um carinho Que dói, dói, dói. Não há dor que mais doa Que a dor do amor, Dói no preto, dói no branco É dorzinha que não tem cor. Publicada por José Sousa | |
| | | lopes Moderador
Idade : 76 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Dom maio 16, 2010 12:02 am | |
| O Convertido
Entre os filhos dum século maldito Tomei também lugar na ímpia mesa, Onde,sob o folgar,geme a tristeza Duma ânsia impotente de infinito.
Como os outros,cuspi no altar avito Um rir,feito de fel e de impureza... Mas um dia abalou-se-me a firmeza Deu-me um rebate o coração contrito!
Erma,cheia de tédio e de quebranto, Rompendo os diques ao represo pranto, Virou-se para Deus minha alma triste!
Amortalhei na fé o pensamento, E achei a paz na inércia e esquecimento! Só me falta saber se Deus existe!
Antero de Quental | |
| | | bengo Top 500
Idade : 69 Localização : PT/Angola bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Ter maio 18, 2010 9:01 pm | |
| Deus
Às vezes sou o Deus que trago em mim E então eu sou o Deus e o crente e a prece E a imagem de marfim Em que esse deus se esquece.
Às vezes não sou mais do que um ateu Desse deus meu que eu sou quando me exalto. Olho em mim todo um céu E é um mero oco céu alto.
Fernando Pessoa | |
| | | fatima berenguel Top 500
Idade : 76 Localização : Lisboa bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Qui maio 20, 2010 7:06 pm | |
| [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link] Uploaded with [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]António Gedeão Dez réis de esperançaSe não fosse esta certeza que nem sei de onde me vem, não comia, nem bebia, nem falava com ninguém. Acocorava-me a um canto, no mais escuro que houvesse, punha os joelhos á boca e viesse o que viesse. Não fossem os olhos grandes do ingénuo adolescente, a chuva das penas brancas a cair impertinente, aquele incógnito rosto, pintado em tons de aguarela, que sonha no frio encosto da vidraça da janela, não fosse a imensa piedade dos homens que não cresceram, que ouviram, viram, ouviram, viram, e não perceberam, essas máscaras selectas, antologia do espanto, flores sem caule, flutuando no pranto do desencanto, se não fosse a fome e a sede dessa humanidade exangue, roía as unhas e os dedos até os fazer em sangue. Gota de Água
Eu, quando choro, não choro eu. Chora aquilo que nos homens em todo o tempo sofreu. As lágrimas são as minhas mas o choro não é meu. | |
| | | fatima berenguel Top 500
Idade : 76 Localização : Lisboa bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Dom maio 23, 2010 4:35 pm | |
| [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link] Uploaded with [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link] Raul "Ouro Negro" Indipwo
Sou de África Latina Isso é muito natural Que eu sinta muita estima pelo velho Portugal.
Sou da África Latina Sou do séc. XXI nossa gente está por cima todos juntos somos UM
Gosto de vestir o que é bonito ser alegre, ser sempre juvial Gosto muito de sair contigo só não gosto é que me deixem ficar mal
Discussão não é comigo não tenho essas frescuras Gosto de curtir o bom amigo Ai, que a vida só é boa com ternura
Sou da África Latina trago amor no coração e a vida é que me ensina que somos todos irmãos
Eu gosto de muamba de galinha de churrasco com bastante gindungo bem regado com pinguinha de branco ou tinto é mesmo o fim do mundo
Gosto de gostar de toda a gente Gosto de acreditar no meu santo Santa da Muxima tá presente é quem me vale nas horas de desencanto.
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| | | fatima berenguel Top 500
Idade : 76 Localização : Lisboa bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Seg maio 24, 2010 2:00 am | |
| LINDEZA
Minha terra é linda como a flor que fica no Moxico Ai, não levem a mal, por gostar tanto dela não me queiram mal, por falar tanto dela
Minha gente é boa como a água que corre no deserto Ai, não levem a mal, por gostar tanto dela não me queiram mal, por falar tanto dela
E todos querem acorrentá-la E todos querem, querem roubá-la
Minha terra é grande e será maior, se eu a fazer crescer Ai, não levem a mal, por gostar tanto dela não me queiram mal, por falar tanto dela
Minha terra é livre como o vento que corre nas anharas Ai, não levem a mal, por gostar tanto dela não me queiram mal, por falar tanto dela
E todos querem acorrentá-la E todos querem, querem roubá-la. | |
| | | fatima berenguel Top 500
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| Assunto: Re: Poesia Qui maio 27, 2010 10:12 am | |
| [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link] Uploaded with [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]Não, não é cansaço...Não, não é cansaço... É uma quantidade de desilusão Que se me entranha na espécie de pensar. É um domingo às avessas Do sentimento, Um feriado passado no abismo... Não, cansaço não é... É eu estar existindo E também o mundo, Com tudo aquilo que contém, Como tudo aquilo que nele se desdobra E afinal é a mesma coisa variada em cópias iguais. Álvaro de Campos O que há em mim é sobretudo cansaço
O que há em mim é sobretudo cansaço Não disto nem daquilo, Nem sequer de tudo ou de nada: Cansaço assim mesmo, ele mesmo, Cansaço. A subtileza das sensações inúteis, As paixões violentas por coisa nenhuma, Os amores intensos por o suposto alguém. Essas coisas todas - Essas e o que faz falta nelas eternamente -; Tudo isso faz um cansaço, Este cansaço, Cansaço. Há sem dúvida quem ame o infinito, Há sem dúvida quem deseje o impossível, Há sem dúvida quem não queira nada - Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles: Porque eu amo infinitamente o finito, Porque eu desejo impossivelmente o possível, Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser, Ou até se não puder ser... E o resultado? Para eles a vida vivida ou sonhada, Para eles o sonho sonhado ou vivido, Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto... Para mim só um grande, um profundo, E, ah com que felicidade infecundo, cansaço, Um supremíssimo cansaço. Íssimo, íssimo. íssimo, Cansaço... Alváro de Campos | |
| | | fatima berenguel Top 500
Idade : 76 Localização : Lisboa bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Qui maio 27, 2010 10:19 am | |
| [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link] Uploaded with [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]IstoDizem que finjo ou minto Tudo que escrevo. Não. Eu simplesmente sinto Com a imaginação. Não uso o coração. Tudo o que sonho ou passo, O que me falha ou finda, É como que um terraço Sobre outra coisa ainda. Essa coisa é que é linda. Por isso escrevo em meio Do que não está de pé, Livre do meu enleio, Sério do que não é. Sentir? Sinta quem lê! LiberdadeAi que prazer Não cumprir um dever, Ter um livro para ler E não o fazer! Ler é maçada, Estudar é nada. O sol doira Sem literatura. O rio corre, bem ou mal, Sem edição original. E a brisa, essa, De tão naturalmente matinal, Como tem tempo não tem pressa... Livros são papéis pintados com tinta. Estudar é uma coisa em que está indistinta A distinção entre nada e coisa nenhuma. Quanto é melhor, quando há bruma, Esperar por D. Sebastião, Quer venha ou não! Grande é a poesia, a bondade e as danças... Mas o melhor do mundo são as crianças, Flores, música, o luar, e o sol, que peca Só quando, em vez de criar, seca. O mais do que isto É Jesus Cristo, Que não sabia nada de finanças Nem consta que tivesse biblioteca... | |
| | | fatima berenguel Top 500
Idade : 76 Localização : Lisboa bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Sáb maio 29, 2010 6:44 pm | |
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PÁTRIA...Actual ?
“E no entanto o país, meu Senhor, é uma beleza! Uma beleza! Encantador! Trinta portos ideais, um céu azul marinho, A melhor fruta, a melhor caça, o melhor vinho, Balsâmicos vergéis, serranias frondosas, Clima primaveril de mandriões e rosas, Uma beleza! Que lhe falta? Unicamente Oiro,vida, alegria, outro povo, outra gente. Raça estúpida e má, que por fortuna agora Torna habitável este encanto…indo-se embora! Deixe morrer, deixe emigrar, deixe estoirar: Dois boqueirões de esgoto,- o cemitério e o mar. Que precisamos nós? Libras! Libras, dinheiro! Libras d’oiro a luzir! Onde as há? No estrangeiro? Muito bem; o remédio é claríssimo, é visto; Obrigar o estrangeiro a tomar conta disto. Impérios d’além-mar, alquilam-se, ou então Sorteados,- em rifa, ou à praça,- em leilão. E o continente é dá-lo a um banqueiro judeu, Para um casino monstro e um bordel europeu, Fazer desta cloaca, onde a miséria habita, Um paraíso por acções,-cosmopolita. …………………………………………….” “Pátria” -1896-
De Guerra Junqueiro (1850-1923)
Actual?
Entretanto apareceu um Salazar e endireitou as coisas… Por onde andará o actual?...
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