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    MensagemAssunto: Re: Poesia   Poesia - Página 25 Icon_minitimeSex Abr 23, 2010 12:32 pm

    MEU AMOR DA RUA ONZE

    Tantas juras nós trocamos,
    Tantas promessas fizemos,
    Tantos beijos roubámos,
    Tantos abraços nós demos.

    Meu amor da Rua Onze,
    Meu amor da Rua Onze,
    Já não quero
    Mais mentir.

    Meu amor da Rua Onze,
    Meu amor da Rua Onze,
    Já não quero
    Mais fingir.

    Era tão grande e tão belo
    Nosso romance de amor
    Que ainda sinto o calor
    Das juras que nos trocamos.

    Era tão bela, tão doce
    Nossa maneira de amar
    Que ainda pairam no ar
    As promessas que fizemos.

    Nossa maneira de amar
    Era tão doida, tão louca
    Qu'inda me queimam a boca
    Os beijos que nos roubámos.

    Tanta loucura e doidice
    Tinha o nosso amor desfeito
    Que ainda sinto no peito
    Os abraços que nos demos.

    E agora
    Tudo acabou.
    Terminou
    Nosso romance.

    Quando te vejo passar
    Com o teu andar
    Senhoril,
    Sinto nascer

    E crescer
    Uma saudade infinita
    Do teu corpo gentil
    De escultura
    Cor de bronze,
    Meu amor da Rua Onze.

    Aires de Almeida Santos, angolano
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    MensagemAssunto: Re: Poesia   Poesia - Página 25 Icon_minitimeSex Abr 23, 2010 12:41 pm

    Viriato da Cruz
    Serão de Menino

    Na noite morna, escura de breu,

    enquanto na vasta sanzala do céu,

    de volta das estrelas, quais fogaréus,

    os anjos escutam parábolas de santos...

    na noite de breu,

    ao quente da voz

    de suas avós,

    meninos se encantam

    de contos bantos...

    "Era uma vez uma corça

    dona de cabra sem macho...

    ..........................................

    ... Matreiro, o cágado lento

    tuc... tuc... foi entrando

    para o conselho animal...

    ("- Não tarde que ele chegou!")

    Abriu a boca e falou -

    deu a sentença final:

    "- Não tenham medo da força!

    Se o leão o alheio retém

    - luta ao Mal! Vitória ao Bem!

    tire-se ao leão - dê-se à corça."

    Mas quando lá fora

    o vento irado nas frestas chora

    e ramos xuxualha de altas mulembas

    e portas bambas batem em massembas

    os meninos se apertam de olhos abertos:

    - Eué

    - É casumbi...

    E a gente grande -

    bem perto dali

    feijão descascando para o quitende -

    a gente grande com gosto ri...

    Com gosto ri, porque ela diz

    que o casumbi males só faz

    a quem não tem amor, aos mais

    seres busca, em negra noite,

    essa outra voz de casumbi

    essa outra voz - Felicidade...
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    MensagemAssunto: Re: Poesia   Poesia - Página 25 Icon_minitimeDom Abr 25, 2010 1:17 pm

    AFRICA DO MEU AMOR


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    AFRICA DO MEU AMOR

    Nos meus tempos de soldado
    Procurei a paz dos honestos
    Na África do meu amor
    Ali na terra vermelha e fértil
    Da savana Africana
    Nas margens dos rios
    De todas as ofertas da natureza,
    Os animais buscavam sua presa
    A fim de saciarem a fome
    Como se ali fosse a única
    Parte do mundo onde Deus passou
    Deixando um rasto de beleza celestial
    Naquelas terras que fazem bater
    Mais forte os corações de todos
    Por vezes numa aldeia qualquer
    Duma terra Africana
    Ao som do velho batuque
    Meninas de lábios gulosos
    E meninos de modos de desejo
    Bailavam como se aquela
    Fosse a última dança
    A dança do resto de suas vidas
    Na esperança que a paz,
    A paz dos justos,
    Voltasse aquele lugar sagrado
    Onde os homens são mais irmãos
    Tudo isto me encanta
    E tudo isto me marcou
    Enchendo-me o coração de ternura
    Recordando eu hoje,
    E sempre com satisfação e orgulho
    Esta África do meu amor

    de: Fernando Ramos
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    MensagemAssunto: Re: Poesia   Poesia - Página 25 Icon_minitimeSeg Abr 26, 2010 11:56 pm

    NÃO VALE A PENA PISAR


    O capim não foi plantado
    nem tratado,
    e cresceu,é força
    tudo força
    que vem da força da terra.
    Mas o capim está a arder
    e a força que vem da terra
    com a pujança da queimada
    parece desaparecer.
    Mas não!Basta a primeira chuvada
    para o capim reviver


    MANUEL RUI
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    MensagemAssunto: Re: Poesia   Poesia - Página 25 Icon_minitimeTer Abr 27, 2010 2:52 pm

    Ronda

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    Na dança dos dias
    meus dedos bailaram...
    Na dança dos dias
    meus dedos contaram
    contaram, bailando
    cantigas sombrias...

    Na dança dos dias
    meus dedos cansaram...
    Na dança dos meses
    meus olhos choraram

    Na dança dos meses
    meus olhos secaram
    secaram, chorando
    por ti, quantas vezes!

    Na dança dos meses
    meus olhos cansaram...

    Na dança do tempo,
    quem não se cansou?!

    Oh! dança dos dias
    oh! dança dos meses
    oh! dança do tempo
    no tempo voando...

    Dizei-me, dizei-me,
    até quando? até quando?






    Alda Lara (poetisa angolana)
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    MensagemAssunto: Re: Poesia   Poesia - Página 25 Icon_minitimeTer Abr 27, 2010 2:57 pm

    Além da Terra, Além do Céu
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    Além da Terra, além do Céu,
    no trampolim do sem-fim das estrelas,
    no rastro dos astros,
    na magnólia das nebulosas.
    Além, muito além do sistema solar,
    até onde alcançam o pensamento e o coração,
    vamos!
    vamos conjugar
    o verbo fundamental essencial,
    o verbo transcendente, acima das gramáticas
    e do medo e da moeda e da política,
    o verbo sempreamar,
    o verbo pluriamar,
    razão de ser e de viver.

    Carlos Drummond de Andrade (poeta brasileiro)
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    MensagemAssunto: Re: Poesia   Poesia - Página 25 Icon_minitimeTer Abr 27, 2010 3:14 pm

    Este é o poema de amor
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    Este é o poema do amor.
    O poema que o poeta propositadamente escreveu
    só para falar de amor,
    de amor,
    de amor,
    de amor.
    para repetir muitas vezes amor,
    amor,
    amor,
    amor.
    Para que um dia, o Cérebro Electrónico
    contar as palavras que o poeta escreveu,
    tantos que,
    tantos se,
    tantos lhe,
    tantos tu,
    tantos ela,
    tantos eu,
    conclua que a palavra que o poeta mais vezes escreveu
    foi amor,
    amor,
    amor.
    Este é o poema do amor.

    António gedeão
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    MensagemAssunto: Re: Poesia   Poesia - Página 25 Icon_minitimeQui Abr 29, 2010 3:02 pm

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    Ela veio do mato
    e confundiu
    as estrelas com as luzes da cidade

    Na cidade
    os seus olhos eram duas estrelas

    E no coração de muitos homens
    não brilhou outro sol
    se não a linda filha de soba
    que viera das terras da Lunda
    e morava no muceque Sambizanga

    Mas os seus olhos confusos
    descobriram na cidade
    um mundo diferente
    onde a sua alma era aferrolhada
    nos navios que levaram do Congo
    os homens sobre o mar
    Kalunga! Morte

    Aquela cidade era um mar
    era a sua morte
    E na cidade brilhante
    que é um mundo, um mar
    Kalunga!
    onde em cada rua partem navios
    para longe de cada homem
    perdeu duas estrelas –

    Os olhos
    da linda filha dum soba da Lunda.


    Agostinho Neto (Angola)
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    MensagemAssunto: Re: Poesia   Poesia - Página 25 Icon_minitimeSex Abr 30, 2010 3:27 pm

    Como se reza o Pai Nosso na Damais

    Hey Brother que tás no alto
    Não sejas Kota não sejas ralha
    Aceita no teu reino a maralha.
    Tás a ouvir, Man? Yo!
    Dá-nos os morfes do dia a dia
    Desculpa lá qualquer coisinha
    Qu'a gente perdoa-lhes também.
    Livra-nos do mal, livra-nos da bófia.
    Tu tens o power.
    Tu tens a glory.
    Agora, Man,
    Para sempre Man:
    Fica cool!
    Tasse bem...
    Yo
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    MensagemAssunto: Re: Poesia   Poesia - Página 25 Icon_minitimeSex maio 07, 2010 1:36 am

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    Pensamento de uma criança africana

    Quando eu nasci, era preto;
    Quando cresci, era preto;
    Quando pego sol, fico preto;
    Quando sinto frio, continuo preto;
    Quando estou assustado, também fico preto;
    Quando estou doente, preto;
    E, quando morrer continuarei preto!

    E você, cara branco,
    Quando nasce, você é rosa;
    Quando cresce, você é branco;
    Quando você apanha sol, fica vermelho;
    Quando sente frio, você fica roxo;
    Quando você se assusta, fica amarelo;
    Quando está doente, fica verde;
    Quando você morrer, você ficará cinzento...

    E você vem me chamando
    HOMEM DE COR??!!

    Autor Desconhecido
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    MensagemAssunto: Re: Poesia   Poesia - Página 25 Icon_minitimeSex maio 07, 2010 11:46 pm

    Ronda

    Na dança dos dias
    meus dedos bailaram...
    Na dança dos dias
    meus dedos contaram
    contaram,bailando
    cantigas sombrias...

    Na dança dos dias
    meus dedos cansaram...

    Na dança dos meses
    meus olhos choraram
    Na dança dos meses
    meus olhos secaram
    secaram,chorando
    por ti,quantas vezes!.

    Na dança dos meses
    meus olhos cansaram...

    Na dança do tempo,
    quem não se cansou?!

    Oh! dança dos dias
    Oh! dança dos meses
    Oh! dança do tempo
    no tempo voando...

    Dizei-me,dizei-me,
    até quando?até quando?

    ALDA LARA (poemas)
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    MensagemAssunto: Re: Poesia   Poesia - Página 25 Icon_minitimeSex maio 14, 2010 3:46 pm

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    A Cubata

    Cuidado com essa brincadeira
    Se você partir a cubata,
    Mulata vai ficar zangada
    Se você partir a cubata.

    Aquela cubata toda feita de lata
    Foi a Mulata, foi quem fez,
    Quando chegar o Carnaval
    Ela vai tocar batuque na cubata de lata.

    Mulata, vai ficar zangada
    Vai ficar zangada se partir a cubata, vai...
    Quando chegar o carnaval
    Ela vai tocar na cubata de lata, sim...

    Angolano Desconhecido
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    MensagemAssunto: Re: Poesia   Poesia - Página 25 Icon_minitimeSex maio 14, 2010 4:03 pm

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    O Sorriso de Criança

    A Raça Humana não tem cor,
    Tanto sorri o Branco
    Como o negro sente dor.
    Não me senti nada diferente
    Por entre aquela gente,
    Onde também salta Criança
    Sorri e tembém se sente.
    Criança daquele Mundo
    vivem sempre a sorrir,
    São filhos de mulheres humildes
    Que também sofrem ao parir.
    Pegam num pedaço de pau
    Com ele fazem um brinquedo,
    Brincam na poeira e no capim
    E não há nada que lhes meta medo.
    Com eles eu cresci
    Brinquei e me fiz homem,
    Hoje distante, eu me encontro
    Em meu coração elas dormem.

    José de Sousa
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    MensagemAssunto: Re: Poesia   Poesia - Página 25 Icon_minitimeSex maio 14, 2010 4:05 pm

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    Um dia fui passear
    Numa nave espacial,
    Para umas férias diferentes
    Não sabia onde ficar.

    No local mesmo ideal
    Foi lá que a nave parou,
    Maravilha!... desci logo
    Meu coração interrogou.

    Que terra linda era aquela
    Depressa fiquei sabendo,
    Que era Angola afinal
    Que um dia me viu crescendo.

    Amigos, muitos encontrei
    Entre, aquela gente Angolana,
    Com eles fiz piqueniques
    Onde havia muita banana.

    E na hora da partida
    Uma lágrima limpei,
    O meu lencinho acenei
    E bastante eu chorei.

    Para onde vai agora?
    Na nave me perguntaram,
    Leve-me até à Gabéla
    Onde tanto me amaram.

    Decidi ficar por lá
    Nas lindas terras do Amboim,
    Todos quando me lá viram
    Correram em direcção a mim.

    Na hora de seguir viagem
    Segui minha intuição,
    Mandei parar a nave
    No meio daquele sertão.

    Terra bela naquele deserto
    Com seu povo tão gentil,
    Que bela recepção
    Estava no mês de Abril.

    Quiseram saber de onde vinha
    De Portugal, respondi eu,
    E ficaram encantados
    Por verem quem com eles viveu.

    Tudo estava como deixei
    Tudo mesmo original,
    Fui recebido pelo o povo
    Com um abraço fraternal.

    Com meus olhos chorando
    E com um sorriso encantador,
    Mandei chamar aquela negra
    Por quem senti muito amor.

    Tinha casado e já com filhos
    Fiquei muito amargurado,
    Virei-me p’ra trás chorando
    Com o coração despedaçado.

    Depois ela me disse
    Que o marido morreu na guerra,
    Para eu não me ir embora
    E ficar ali com ela.

    Pedi autorização ao Soba
    Para na aldeia me acolher,
    Houve festa de grande pompa
    Só parou com o dia a romper.



    Publicada por José Sousa
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    MensagemAssunto: Re: Poesia   Poesia - Página 25 Icon_minitimeSex maio 14, 2010 4:08 pm

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    MÃE NEGRA

    As mulheres de toda Angola
    No dorso levam seus filhos,
    À cabeça seguram vasilhas
    Ou vão sachando os seus milhos.

    Por entre a floresta
    Mãe negra procura lenha,
    Vários frutos trás com ela
    E na boca sua “Macanha”.

    Com pequeno sacho mexe a terra
    E a mandioca vai plantando,
    Depois volta para casa
    E numa fogueira vai cozinhando.

    Faz calúlú com quiabos
    Ou “muamba” de Galinha,
    Com pirão de mandioca
    Ou de milho, fina farinha.

    Não vive com complexos
    É uma mulher especial,
    Os peitos e as coxas ao léu
    Tudo nela é natural.

    Mulher de etnia Kwanhamas. Sul de Angola. Esta é a mais antiga etnia de toda a África, onde a maioria vivem completamente nus. A riqueza de cada família é notada pela quantidade de pulseiras que vão colocando nos pés.


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    MensagemAssunto: Re: Poesia   Poesia - Página 25 Icon_minitimeSex maio 14, 2010 4:13 pm

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    Num deserto exótico Africano
    Na noite quente de luar,
    Ouço um ribeiro que corre
    E a passarada a cantar.

    Na tenda real a rapariga
    Escrava ajoelha-se aos meus pés,
    Sou seu Rei e senhor
    Mas benevolente e de boas marés.

    Todo o ar está saturado
    Do seu exótico perfume,
    As carícias que ao macaco dá
    Deixam-me cheio de ciúme.

    Ela atreve-se a olhar
    Nos meus olhos pela primeira vez,
    Nossos corações batem, batem
    Enquanto descubro sua nudez.

    Ela sabe que me pertence
    E é a razão do meu viver,
    Fazer tudo o que eu lhe pedir
    Dar-me amor e muito prazer.

    Nesse deserto tão exótico,
    Passa-mos toda nossa vida,
    Vou desfrutando da felicidade
    Dessa mulher que me é querida.

    Desta floresta não vou sair
    Para sempre cá vou morar,
    Deita-te comigo e vem dormir
    E que não seja só a sonhar.

    Publicada por José Sousa
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    MensagemAssunto: Re: Poesia   Poesia - Página 25 Icon_minitimeSex maio 14, 2010 4:23 pm

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    É no papel e na caneta
    A única forma que tenho,
    Para desabafar o coração
    Das coisas que nele mantenho.

    Não lhes guardo segredos
    Tudo lhes confidencio,
    No que no meu peito existe
    No papel eu o esvazio.

    O que vai dentro de mim
    Faz doer meu coração!
    As horas e os dias passam
    Cada vez com mais solidão.

    Mas o eco dos meus sentimentos
    Não o encontro em alguém,
    Vou vivendo a triste sina
    Como um prisioneiro e refém.

    Ás vezes entro em desespero
    E de tudo faço para me acalmar,
    Só me sinto mais feliz
    Quando me sento á beira-mar.

    Meu olhar se esvai no horizonte
    O vento sopra tentando limpar,
    As lágrimas da minha face
    Que pouco a pouco sinto a secar.

    Ali na praia sentado
    Caneta papel na minha mão,
    Ouço uma voz que me diz:
    -É teu o meu coração!

    Adeus papel e caneta
    Valeu a pena, já encontrei,
    O amor da minha vida
    Que por tanto lado procurei.


    Publicada por José Sousa
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    MensagemAssunto: Re: Poesia   Poesia - Página 25 Icon_minitimeSex maio 14, 2010 4:24 pm

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    amor é um moinho
    Mói, mói, mói,
    O amor é um carinho
    Que dói, dói, dói.

    Não há dor que mais doa
    Que a dor do amor,
    Dói no preto, dói no branco
    É dorzinha que não tem cor.


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    MensagemAssunto: Re: Poesia   Poesia - Página 25 Icon_minitimeDom maio 16, 2010 12:02 am

    O Convertido

    Entre os filhos dum século maldito
    Tomei também lugar na ímpia mesa,
    Onde,sob o folgar,geme a tristeza
    Duma ânsia impotente de infinito.

    Como os outros,cuspi no altar avito
    Um rir,feito de fel e de impureza...
    Mas um dia abalou-se-me a firmeza
    Deu-me um rebate o coração contrito!

    Erma,cheia de tédio e de quebranto,
    Rompendo os diques ao represo pranto,
    Virou-se para Deus minha alma triste!

    Amortalhei na fé o pensamento,
    E achei a paz na inércia e esquecimento!
    Só me falta saber se Deus existe!

    Antero de Quental
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    MensagemAssunto: Re: Poesia   Poesia - Página 25 Icon_minitimeTer maio 18, 2010 9:01 pm

    Deus

    Às vezes sou o Deus que trago em mim
    E então eu sou o Deus e o crente e a prece
    E a imagem de marfim
    Em que esse deus se esquece.

    Às vezes não sou mais do que um ateu
    Desse deus meu que eu sou quando me exalto.
    Olho em mim todo um céu
    E é um mero oco céu alto.

    Fernando Pessoa
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    MensagemAssunto: Re: Poesia   Poesia - Página 25 Icon_minitimeQui maio 20, 2010 7:06 pm

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    António Gedeão

    Dez réis de esperança

    Se não fosse esta certeza
    que nem sei de onde me vem,
    não comia, nem bebia,
    nem falava com ninguém.
    Acocorava-me a um canto,
    no mais escuro que houvesse,
    punha os joelhos á boca
    e viesse o que viesse.
    Não fossem os olhos grandes
    do ingénuo adolescente,
    a chuva das penas brancas
    a cair impertinente,
    aquele incógnito rosto,
    pintado em tons de aguarela,
    que sonha no frio encosto
    da vidraça da janela,
    não fosse a imensa piedade
    dos homens que não cresceram,
    que ouviram, viram, ouviram,
    viram, e não perceberam,
    essas máscaras selectas,
    antologia do espanto,
    flores sem caule, flutuando
    no pranto do desencanto,
    se não fosse a fome e a sede
    dessa humanidade exangue,
    roía as unhas e os dedos
    até os fazer em sangue.

    Gota de Água

    Eu, quando choro,
    não choro eu.
    Chora aquilo que nos homens
    em todo o tempo sofreu.
    As lágrimas são as minhas
    mas o choro não é meu.
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    MensagemAssunto: Re: Poesia   Poesia - Página 25 Icon_minitimeDom maio 23, 2010 4:35 pm

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    Raul "Ouro Negro" Indipwo

    Sou de África Latina
    Isso é muito natural
    Que eu sinta muita estima
    pelo velho Portugal.

    Sou da África Latina
    Sou do séc. XXI
    nossa gente está por cima
    todos juntos somos UM

    Gosto de vestir o que é bonito
    ser alegre, ser sempre juvial
    Gosto muito de sair contigo
    só não gosto é que me deixem ficar mal

    Discussão não é comigo
    não tenho essas frescuras
    Gosto de curtir o bom amigo
    Ai, que a vida só é boa com ternura

    Sou da África Latina
    trago amor no coração
    e a vida é que me ensina
    que somos todos irmãos

    Eu gosto de muamba de galinha
    de churrasco com bastante gindungo
    bem regado com pinguinha
    de branco ou tinto
    é mesmo o fim do mundo

    Gosto de gostar de toda a gente
    Gosto de acreditar no meu santo
    Santa da Muxima tá presente
    é quem me vale nas horas de desencanto.

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    MensagemAssunto: Re: Poesia   Poesia - Página 25 Icon_minitimeSeg maio 24, 2010 2:00 am

    LINDEZA

    Minha terra é linda
    como a flor que fica no Moxico
    Ai, não levem a mal, por gostar tanto dela
    não me queiram mal, por falar tanto dela

    Minha gente é boa
    como a água que corre no deserto
    Ai, não levem a mal, por gostar tanto dela
    não me queiram mal, por falar tanto dela

    E todos querem acorrentá-la
    E todos querem, querem roubá-la

    Minha terra é grande
    e será maior, se eu a fazer crescer
    Ai, não levem a mal, por gostar tanto dela
    não me queiram mal, por falar tanto dela

    Minha terra é livre
    como o vento que corre nas anharas
    Ai, não levem a mal, por gostar tanto dela
    não me queiram mal, por falar tanto dela

    E todos querem acorrentá-la
    E todos querem, querem roubá-la.
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    MensagemAssunto: Re: Poesia   Poesia - Página 25 Icon_minitimeQui maio 27, 2010 10:12 am

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    Não, não é cansaço...

    Não, não é cansaço...
    É uma quantidade de desilusão
    Que se me entranha na espécie de pensar.
    É um domingo às avessas
    Do sentimento,
    Um feriado passado no abismo...
    Não, cansaço não é...
    É eu estar existindo
    E também o mundo,
    Com tudo aquilo que contém,
    Como tudo aquilo que nele se desdobra
    E afinal é a mesma coisa variada em cópias iguais.

    Álvaro de Campos


    O que há em mim é sobretudo cansaço

    O que há em mim é sobretudo cansaço
    Não disto nem daquilo,
    Nem sequer de tudo ou de nada:
    Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
    Cansaço.

    A subtileza das sensações inúteis,
    As paixões violentas por coisa nenhuma,
    Os amores intensos por o suposto alguém.
    Essas coisas todas -
    Essas e o que faz falta nelas eternamente -;
    Tudo isso faz um cansaço,
    Este cansaço,
    Cansaço.

    Há sem dúvida quem ame o infinito,
    Há sem dúvida quem deseje o impossível,
    Há sem dúvida quem não queira nada -
    Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
    Porque eu amo infinitamente o finito,
    Porque eu desejo impossivelmente o possível,
    Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
    Ou até se não puder ser...

    E o resultado?
    Para eles a vida vivida ou sonhada,
    Para eles o sonho sonhado ou vivido,
    Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
    Para mim só um grande, um profundo,
    E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
    Um supremíssimo cansaço.
    Íssimo, íssimo. íssimo,
    Cansaço...

    Alváro de Campos
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    MensagemAssunto: Re: Poesia   Poesia - Página 25 Icon_minitimeQui maio 27, 2010 10:19 am

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    Isto

    Dizem que finjo ou minto
    Tudo que escrevo. Não.
    Eu simplesmente sinto
    Com a imaginação.
    Não uso o coração.

    Tudo o que sonho ou passo,
    O que me falha ou finda,
    É como que um terraço
    Sobre outra coisa ainda.
    Essa coisa é que é linda.

    Por isso escrevo em meio
    Do que não está de pé,
    Livre do meu enleio,
    Sério do que não é.
    Sentir? Sinta quem lê!

    Liberdade

    Ai que prazer
    Não cumprir um dever,
    Ter um livro para ler
    E não o fazer!
    Ler é maçada,
    Estudar é nada.
    O sol doira
    Sem literatura.

    O rio corre, bem ou mal,
    Sem edição original.
    E a brisa, essa,
    De tão naturalmente matinal,
    Como tem tempo não tem pressa...

    Livros são papéis pintados com tinta.
    Estudar é uma coisa em que está indistinta
    A distinção entre nada e coisa nenhuma.

    Quanto é melhor, quando há bruma,
    Esperar por D. Sebastião,
    Quer venha ou não!

    Grande é a poesia, a bondade e as danças...
    Mas o melhor do mundo são as crianças,
    Flores, música, o luar, e o sol, que peca
    Só quando, em vez de criar, seca.

    O mais do que isto
    É Jesus Cristo,
    Que não sabia nada de finanças
    Nem consta que tivesse biblioteca...
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    MensagemAssunto: Re: Poesia   Poesia - Página 25 Icon_minitimeSáb maio 29, 2010 6:44 pm



    PÁTRIA...Actual ?



    “E no entanto o país, meu Senhor,
    é uma beleza! Uma beleza! Encantador!
    Trinta portos ideais, um céu azul marinho,
    A melhor fruta, a melhor caça, o melhor vinho,
    Balsâmicos vergéis, serranias frondosas,
    Clima primaveril de mandriões e rosas,
    Uma beleza! Que lhe falta? Unicamente
    Oiro,vida, alegria, outro povo, outra gente.
    Raça estúpida e má, que por fortuna agora
    Torna habitável este encanto…indo-se embora!
    Deixe morrer, deixe emigrar, deixe estoirar:
    Dois boqueirões de esgoto,- o cemitério e o mar.
    Que precisamos nós? Libras! Libras, dinheiro!
    Libras d’oiro a luzir! Onde as há? No estrangeiro?
    Muito bem; o remédio é claríssimo, é visto;
    Obrigar o estrangeiro a tomar conta disto.
    Impérios d’além-mar, alquilam-se, ou então
    Sorteados,- em rifa, ou à praça,- em leilão.
    E o continente é dá-lo a um banqueiro judeu,
    Para um casino monstro e um bordel europeu,
    Fazer desta cloaca, onde a miséria habita,
    Um paraíso por acções,-cosmopolita.
    …………………………………………….”
    “Pátria” -1896-

    De Guerra Junqueiro (1850-1923)

    Actual?







    Entretanto apareceu um Salazar e endireitou as coisas… Por onde andará o actual?...




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    MensagemAssunto: Re: Poesia   Poesia - Página 25 Icon_minitime

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