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| | Poesia | |
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Autor | Mensagem |
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lopes Moderador
| Assunto: Poesia Sáb Fev 21, 2009 12:15 am | |
| AMOR VIVO Amar!mas d´um amor que tenha vida Não sejam sempre tímidos harpejos, Não sejam só delírios e desejos D´uma douda cabeça enscandecida.. Amor que vive e brilhe! luz fundida Que penetre o meu ser- e não só beijos Dados no ar- delirios e desejos - Mas amor...dos amores que têm vida... Sim,vivo e quente!e já a luz do dia Não virá dissipá-lo nos meus braços Como névoa da vaga fantasia... Nem murchará do sol à chama erguida... Pois que podem os astros dos espaços Contra débeis amores...se têm vida? Antero de Quental Kandandos Toni Lopes... | |
| | | lopes Moderador
Idade : 76 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Poesia Sáb Fev 21, 2009 12:31 am | |
| ESPIRITUALISMO
Como um vento de morte e de ruina, A Duvida soprou sobre o universo. Fez-se noite de subito, immerso O mundo em densa e algida neblina.
Nem astro já reluz,nem ave trina, Nem flor sorri no seu aureo berço. Um veneno sutil, vago, disperso, Empeçonhou a criação divina.
E no meio da noite monstruosa, Do silêncio glacial,que paira e estende O seu sudário,d´onde a morte pende,
Só uma flor humilde,mysteriosa, Com um vago protesto de existência Desabroxa no fundo da consciência.
Antero de Quental | |
| | | Kaluanda Top 500
Idade : 74 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Sáb Fev 21, 2009 5:02 pm | |
| Porque o Povo Diz Verdades
Porque o povo diz verdades, Tremem de medo os tiranos, Pressentindo a derrocada Da grande prisão sem grades Onde há já milhares de anos A razão vive enjaulada.
Vem perto o fim do capricho Dessa nobreza postiça, Irmã gémea da preguiça, Mais asquerosa que o lixo.
Já o escravo se convence A lutar por sua prol Já sabe que lhe pertence No mundo um lugar ao sol.
Do céu não se quer lembrar, Já não se deixa roubar, Por medo ao tal satanás, Já não adora bonecos Que, se os fazem em canecos, Nem dão estrume capaz.
Mostra-lhe o saber moderno Que levou a vida inteira Preso àquela ratoeira Que há entre o céu e o inferno.
António Aleixo, in "Este Livro que Vos Deixo..." | |
| | | Kaluanda Top 500
Idade : 74 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Dom Fev 22, 2009 10:46 pm | |
| Ser Doido-Alegre, que Maior Ventura! Ser doido-alegre, que maior ventura! Morrer vivendo p'ra além da verdade. É tão feliz quem goza tal loucura Que nem na morte crê, que felicidade!
Encara, rindo, a vida que o tortura, Sem ver na esmola, a falsa caridade, Que bem no fundo é só vaidade pura, Se acaso houver pureza na vaidade.
Já que não tenho, tal como preciso, A felicidade que esse doido tem De ver no purgatório um paraíso...
Direi, ao contemplar o seu sorriso, Ai quem me dera ser doido também P'ra suportar melhor quem tem juízo.
António Aleixo, in "Este Livro que Vos Deixo..." | |
| | | Xana Top 500
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| Assunto: Re: Poesia Seg Fev 23, 2009 5:28 am | |
| amigos lopes e kaluanda essas poesias dao com o povo e os amigos em doidos e seria de mais nao gosto de pensar muito perco as ideias so de pensar vou passando para ver se os amigos melhoram fiquem bem :fruto 3: | |
| | | Kaluanda Top 500
Idade : 74 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Seg Fev 23, 2009 1:58 pm | |
| A Gentil Camponesa
MOTE
Tu és pura e imaculada, Cheia de graça e beleza; Tu és a flor minha amada, És a gentil camponesa.
GLOSAS
És tu que não tens maldade, És tu que tudo mereces, És, sim, porque desconheces As podridões da cidade. Vives aí nessa herdade, Onde tu foste criada, Aí vives desviada Deste viver de ilusão: És como a rosa em botão, Tu és pura e imaculada.
És tu que ao romper da aurora Ouves o cantor alado... Vestes-te, tratas do gado Que há-de ir tirar água à nora; Depois, pelos campos fora, É grande a tua pureza, Cantando com singeleza, O que ainda mais te realça, Exposta ao sol e descalça, Cheia de graça e beleza.
Teus lábios nunca pintaste, És linda sem tal veneno; Toda tu cheiras a feno Do campo onde trabalhaste; És verdadeiro contraste Com a tal flor delicada Que só por muito pintada Nos poderá parecer bela; Mas tu brilhas mais do que ela, Tu és a flor minha amada.
Pois se te tenho na mão, Inda assim acho tão pouco, Que sinto um desejo louco: Guardar-te no coração!... As coisas mais belas são Como as cria a Natureza, E tu tens toda a grandeza Dessa beleza que almejo, Tens tudo quanto desejo, És a gentil camponesa
António Aleixo, in "Este Livro que Vos Deixo..." | |
| | | Kaluanda Top 500
Idade : 74 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Ter Fev 24, 2009 12:43 pm | |
| Quem vê, senhora
Quem vê, Senhora, claro e manifesto O lindo ser de vossos olhos belos, Se não perder a vista só com vê-los, Já não paga o que deve a vosso gesto.
Este me parecia preço honesto; Mas eu, por de vantagem merecê-los, Dei mais a vida e alma por querê-los; Donde já me não fica mais de resto.
Assim que Alma, que vida, que esperança, E que quanto for meu, é tudo vosso: Mas de tudo o interesse eu só o levo.
Porque é tamanha bem-aventurança O dar-vos quanto tenho, e quanto posso, Que quanto mais vos pago, mais vos devo.
Camões | |
| | | Cazimar Adm/Moderação
Idade : 68 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Ter Fev 24, 2009 11:50 pm | |
| Teresa Mulata!
Essa mulata Teresa Tirada lá do sobrado Por um preto d'Ambaca Bem vestido, Bem falante, Escrevendo que nem nos livros!
Teresa Mulata - alumbramento de muito moço - Pegada por um pobre d'Ambaca Fez passar muitas conversas Andou na boca de donos e donas...
Quê da mulata Teresa?
A história da Teresa mulata... Hum... Vôvô Bartolomé enlanguescido em carcomida cadeira adormeceu O sol coando das mulembeiras veio brincar com as moscas nos [lábios Ressequidos que sorriem Chiu! Vôvô tá dormindo! O moço d'Ambaca sonhando...
António Jacinto (poeta angolano) | |
| | | lopes Moderador
Idade : 76 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Poesia Qua Fev 25, 2009 12:38 am | |
| Sou um evadido Logo que nasci fecharam-me em mim, Ah,mas eu fugi.
Se a gente se cansa Do mesmo lugar, Do mesmo ser Por que não se cansar?
Minha alma procura-me Mas eu ando a monte, Oxalá que ela Nunca me encontre.
Ser é uma cadeia, Ser eu é não ser. Viverei fugindo Mas vivo a valer.
FERNANDO PESSOA | |
| | | Kaluanda Top 500
Idade : 74 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Qua Fev 25, 2009 12:46 am | |
| Cai a Chuva Abandonada
Cai a chuva abandonada à minha melancolia, a melancolia do nada que é tudo o que em nós se cria.
Memória estranha de outrora não a sei e está presente. Em mim por si se demora e nada em mim a consente
do que me fala à razão. Mas a razão é limite do que tem ocasião
de negar o que me fite de onde é a minha mansão que é mansão no sem-limite. Ao longe e ao alto é que estou e só daí é que sou.
Vergílio Ferreira, in 'Conta-Corrente | |
| | | lopes Moderador
Idade : 76 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Qua Fev 25, 2009 12:49 am | |
| Ó mar salgado,quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos,quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por se casar Para que fosses nosso,ó mar!
Valeu a pena?Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem quer passar além do Bojador Tem que passar além da dor Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu
Fernando Pessoa ( Tormentas) | |
| | | lopes Moderador
Idade : 76 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Qua Fev 25, 2009 1:02 am | |
| Ai que prazer Não cumprir um dever, Ter um livro para ler E não o fazer! Ler é maçada, Estudar é nada. O sol doira Sem literatura. O rio corre,bem ou mal, Sem edição original. E a brisa,essa De tão naturalmente matinal, como tem tempo,não tem pressa...
Livros são papéis pintados com tinta. Estudar é uma coisa em que está indistinta A distinção entre nada e coisa nenhuma. Quanto é melhor, quando há bruma, Esperar por D.Sebastião, Quer venha ou não!
Grande é a poesia,a bondade e as danças... Mas o melhor do mundo são as crianças, Flores,música,o luar,e o sol,que peca só quando,em vez de criar,seca.
O mais que isto É Jesus Cristo. Que não sabia nada de finanças Nem consta que tivesse biblioteca.
Fernando Pessoa (Tormentas) | |
| | | Cazimar Adm/Moderação
Idade : 68 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Qua Fev 25, 2009 1:14 am | |
| Que Há para Lá do Sonhar?
Céu baixo, grosso, cinzento e uma luz vaga pelo ar chama-me ao gosto de estar reduzido ao fermento do que em mim a levedar é este estranho tormento de me estar tudo a contento, em todo o meu pensamento ser pensar a dormitar.
Mas que há para lá do sonhar?
Vergílio Ferreira, in 'Conta-Corrente | |
| | | Kaluanda Top 500
Idade : 74 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Qua Fev 25, 2009 3:55 pm | |
| Oi LopesO teu poema do "Mar Salgado", fez-me lembrar um outro de Fernando Pessoa também virado para o mar... Cá vai....O MOSTRENGO
O mostrengo que está no fim do mar Na noite de breu ergueu-se a voar; A roda da nau voou três vezes, Voou três vezes a chiar,
E disse: «Quem é que ousou entrar Nas minhas cavernas que não desvendo, Meus tectos negros do fim do mundo?» E o homem do leme disse, tremendo:
«El-Rei D. João Segundo!» «De quem são as velas onde me roço? De quem as quilhas que vejo e ouço?» Disse o mostrengo, e rodou três vezes,
Três vezes rodou imundo e grosso. «Quem vem poder o que só eu posso, Que moro onde nunca ninguém me visse E escorro os medos do mar sem fundo?»
E o homem do leme tremeu, e disse: «El-Rei D. João Segundo!» Três vezes do leme as mãos ergueu, Três vezes ao leme as reprendeu,
E disse no fim de tremer três vezes: «Aqui ao leme sou mais do que eu: Sou um povo que quer o mar que é teu; E mais que o mostrengo, que mea alma teme
E roda nas trevas do fim do mundo, Manda a vontade, que me ata ao leme, De El-Rei D. João Segundo!»
Fernando Pessoa in Mensagem
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| | | Kaluanda Top 500
Idade : 74 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Qui Fev 26, 2009 5:27 pm | |
| Uma madrugada...
Uma madrugada, tudo quieto, impera a treva. A solidão escuto, vislumbro véus de crepe no horizonte da Natureza amarfanhada em luto.
Um pássaro nocturno, depenado, pousa num galho já se despencando de uma roseira que não dá mais rosas ou, se elas nascem, nascem já murchando.
E, do relógio branco da parede, as setas apontadas para mim afirmam que esta miserável noite parou no tempo e nunca terá fim.
Alda Pereira Pinto | |
| | | lopes Moderador
Idade : 76 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Qui Fev 26, 2009 10:55 pm | |
| O Sol Nasce a Oriente
Povo,de ti canto o movimento teu nome,canção feita de fronteiras lua nova,javite ou lança tua hora,quissange em trança
Do longo longe do tempo arde minha flecha,meu lamento minha bandeira de outro vento aurora urdida nos lábios de Zumbi
De ti guardo o gesto as conversas leves das àrvores a fala sábia das aves o dialecto novo do silêncio
e as pedras,as palavras do medo os olhos falantes da mata quando a onça posta a sua arte nos fita,guardada em sua mágoa.
De ti amo a denúncia felina das tuas mãos quebradas ao presente a dança prometida do sol nascer um dia a Oriente
David Mestre | |
| | | lopes Moderador
Idade : 76 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Qui Fev 26, 2009 11:03 pm | |
| Oh Calcutá! Teus pássaros oh Calcutá voam dos beirais em bandos voláteis num alvoroço de gritos roucos quase humanos contra a vidraça Teus pássaros oh Calcutá um deus búdico nú e sentado nos devolveu num gesto vago ausente solto do nada David Mestre Kandandos Toni Lopes... | |
| | | Kaluanda Top 500
Idade : 74 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Sex Fev 27, 2009 10:21 pm | |
| Anúncio Trago os olhos naufragados em poentes cor de sangue...
Trago os braços embrulhados numa palma bela e dura e nos lábios a secura dos anseios retalhados...
Enrolada nos quadris cobras mansas que não mordem tecem serenos abraços... E nas mãos, presas com fitas azagaias de brinquedo vão-se fazendo em pedaços...
Só nos olhos naufragados estes poentes de sangue...
Só na carne rija e quente, este desejo de vida!...
Donde venho, ninguém sabe e nem eu sei...
Para onde vou diz a lei tatuada no meu corpo...
E quando os pés abram sendas e os braços se risquem cruzes, quando nos olhos parados que trazem naufragados se entornarem novas luzes...
Ah! Quem souber, há-de ver que eu trago a lei no meu corpo...
(poemas) | |
| | | lopes Moderador
Idade : 76 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Dom Mar 01, 2009 12:48 am | |
| Minha Mãe Quando a minha alma estende o olhar ansioso Por esse mundo a que ainda não pertenço, das vagas ondas desse mar imenso destaca-se-me um vulto mais formoso É minha santa mãe,berço mimoso donde na minha infância andei suspenso: é minha santa mãe ,que vejo,e penso verei sempre se Deus é piedoso. Como línguas de fogo que se atraem, ávidamente os braços despedimos um para o outro,mas os braços caem... Porque é então que olhamos e medimos a imensa distância donde saem os ais de saudade que sentimos! João de Deus Kandandos Toni Lopes | |
| | | lopes Moderador
Idade : 76 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Dom Mar 01, 2009 12:58 am | |
| A Forca
Já que adorar-me dizes que não podes, Imperatriz serena,alta e discreta, Ai,como no teu colo há muita seta E o teu peito é peito dum Herodes,
Eu antes que encaneçam os meus bigodes Ao meu mister de amar-te hei-de pôr meta, O coração me diz-feroz profeta, Que anões faz dos colossos lá de Rhodes.
E a vida de parado no cadinho das eróticas dores do alvoroço, acabará na forca,num azinho,
Mas o que há-de apertar o meu pescoço Em lugar de ser corda de bom linho será do teu cabelo um menos grosso.
Cesário Verde | |
| | | Kaluanda Top 500
Idade : 74 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Dom Mar 01, 2009 1:01 am | |
| A Vida
A vida é o dia de hoje,
A vida é ai que mal soa,
A vida é sombra que foge,
A vida é nuvem que voa;
A vida é sonho tão leve
Que se desfaz como a neve
E como o fumo se esvai:
A vida dura um momento,
Mais leve que o pensamento,
A vida leva-a o vento,
A vida é folha que cai!
A vida é flor na corrente,
A vida é sopro suave,
A vida é estrela cadente,
Voa mais leve que a ave;
Nuvem que o vento nos ares,
Onda que o vento nos mares,
Uma após outra lançou,
A vida – pena caída
Da asa de ave ferida –
De vale em vale impelida,
A vida o vento a levou!
João de Deus | |
| | | Kaluanda Top 500
Idade : 74 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Dom Mar 01, 2009 10:06 pm | |
| Nós os do Nzagi
Sonhos anos do passado nascem entre essas vozes de Caicungulo ardem lentas insónias nos olhos frígidas gotas inocentes sossegadas chegam rápido ao Luembe, rio grande.
Por causa dele somos tristes devotados: raros e de pedra, encurvados até a raiz dos dedos somos mineiros de sangue seco.
Almas enferrujadas nas escondidas sucatas de engenhos onde girinos egoístas herdaram a água das chuvas, para honrar os reformados vivos e mortos.
Pequeninos vigiados perderam diamantes, com a lavra foram viver longe sem paralisar a vontade de amar mulheres atrás da oficina.
Ressuscitarão com o brilho da pedra, no fundo do Iondy esqueletos resistem em várias línguas, levam-nos nas lágrimas doces e não se arrependem com o regresso.
17.07.88 Luis Munana (poeta da Lunda) | |
| | | lopes Moderador
Idade : 76 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Dom Mar 01, 2009 11:30 pm | |
| Estavas linda Inês posta em sossego, De teus anos colhendo doce fruito, Naquele engano de alma ledo e cego, Que a fortuna não deixa durar muito, Nos saudosos campos do Mondego, De teus fermosos olhos nunca enxuito, Aos montes insinuando e às ervinhas O nome que no peito tinhas. Camões ( os Lusiadas,canto 120)alusivo a Inês de Castro Toni Lopes | |
| | | lopes Moderador
Idade : 76 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Dom Mar 01, 2009 11:47 pm | |
| A lamentável catástrofe de D.Inês de Castro
Da triste, bela Inês, inda os clamores Andas Eco chorosa,repetindo; Inda aos piedosos Céus anda pedindo justiça contra os ímpios matadores;
Ouvem-se ainda na Fonte dos Amores De quando em quando as náiades carpindo; E o mondego no caso reflectindo, Rompe irado a barreira,alaga as flores;
Inda altos hinos o universo entoa A Pedro,que da morte formosura Convosco,Amores,ao sepulcro voa;
Milagre da beleza e da ternura! Abre,desce,olha,geme,abraça e c´roa A malfadada Inês na sepultura.
Bocage | |
| | | lopes Moderador
Idade : 76 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Seg Mar 02, 2009 12:08 am | |
| Memórias (à minha mãe,ao meu pai) Aquele que partiu no brigue Boa Nova E na barca Oliveira,anos depois, voltou Aquele santo( que é velhinho e lá corcova) Uma vez,uma vez,linda menina amou: Tempos depois,por uma certa lua-nova, Nasci eu...O velhinho ainda cá ficou, mas ela disse:-«Vou, ali adiante,à Cova, António,e volto já...» E ainda não voltou! António é vosso.Tomai lá a vossa obra! «Só» é o poeta-nato,a lua,o santo,o cobra! Trouxe-o dum ventre;não fiz mais do que o escrever. Lede-o e vereis surgir do Poente as idas mágoas, como quem vê o sol sumir-se,pelas águas, E sobe aos alcantis para o tornar a ver! António Nobre «Só» Kandandos Toni Lopes | |
| | | lopes Moderador
Idade : 76 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Seg Mar 02, 2009 11:53 pm | |
| SERENATA
Caem à noite as pedras sobre o templo do silêncio de espaço um ruído de automóvel um toque de sinos de uma igreja monotonia diurna que não quebra a queda das pedras no silêncio
De dia o templo é noite e à noite há o silêncio o esgravatar de uma gaivota em fogo o estalar de folhas novas numa árvore sabendo a vício este cigarro de cheira a seiva dos pinheiros
e as pedras caem como chuva ou neve todas as noites que noites já são poucas E a seiva pedra sobre o templo e a gaivota o vício a folha quebrando este silêncio
Onde as guitarras? os quissanges acontecem longe
Manuel Rui Monteiro ( no reino do Caliban II) | |
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