Mostrar a um amigo | |
Nosso espaço no Facebook | Clicar em cima da imagem
|
Estamos no Twitter | Clicar em cima da imagem
|
| | Poesia | |
|
+22Turrak Second Love LETA Dikamba Oinotna victor valdemar lopes fatima berenguel facra orlando Dekatete Ritinha Peregrina lopes Isabel Branco Dombolo Xana Heliodoro admário costa lindo Cazimar Tita Paulobocas afaonil Kaluanda 26 participantes | |
Autor | Mensagem |
---|
lopes Moderador
| Assunto: Re: Poesia Ter Mar 10, 2009 11:54 pm | |
| " SE"
Se tanto me doi que as coisas passem É porque cada instante em mim foi vivo Na luta por um bem definitivo Em que as coisas de de amor se eternizassem
SOFIA DE MELLO BREYNER | |
| | | lopes Moderador
Idade : 76 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Qua Mar 11, 2009 12:01 am | |
| PRAIA Na luz oscilam os múltiplos navios Caminho ao longo dos oceanos frios As ondas desenrolam os seus braços e brancas tombam de bruços A praia é lis e longa sob o vento Saturada de espaços e maresia E para trás fica o murmúrio Das ondas enroladas como búzios SOFIA DE MELLO BRYNER Kandandos Toni Lopes | |
| | | Kaluanda Top 500
Idade : 74 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Qua Mar 11, 2009 12:10 am | |
| Oi Lopes vou deixar aqui uma noticiazinha... tem a ver com Camões!!!! Bjs. ___________________________________ 10-03-2009 12:50
Angola/Portugal
José Eduardo dos Santos rende homenagem a Luís de Camões Lisboa (dos enviados especiais) - O Chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos, rendeu hoje, terça-feira, em Lisboa, homenagem ao poeta português Luís de Camões ao depositar uma coroa no seu túmulo, Mosteiro dos Jerónimos. Em companhia do homólogo Cavaco Silva e respectivas esposas, Ana Paula dos Santos e Maria Cavaco Silva, dois militares carregaram a coroa de flores até ao túmulo onde o Chefe de estado angolano ajustou as fitas.
Respeitou-se um minuto de silêncio ao que se seguiu ao apresentar de armas e o "Toque de Homenagem aos mortos e o "Toque de Alvorada" o qual encerrou a cerimónia.
O estadista angolano visitou o Claustro do Mosteiro dos Jerónimos, recebendo explicações do Prior da Igreja da Santa Maria de Belém.
Luís de Camões é considerado o maior poeta de língua portuguesa e dos maiores da Humanidade. Das suas obras, a epopeia "Os Lusíadas" é a mais significativa, dividido em 10 contos, exalta a conquista de Portugal na rota das índias.
As informações sobre a sua biografia são relativamente escassas e pouco seguras, apoiando-se num número limitado de documentos e breves referências dos seus contemporâneos.
A própria data do seu nascimento, assim como o local, é incerta, tendo sido deduzida a partir de uma Carta de Perdão real de 1553.
A sua família teria ascendência galega, embora se tenha fixado em Portugal séculos antes. Pensa-se que estudou em Coimbra, mas não se conserva qualquer registo seu nos arquivos universitários.
Serviu como soldado em Ceuta, por volta de 1549-1551, aí perdendo um olho.
Em 1552, de regresso a Lisboa, esteve preso durante oito meses por ter ferido, numa rixa, Gonçalo Borges, um funcionário da corte.
Data do ano seguinte a referida Carta de Perdão, ligada a essa ocorrência.
Nesse mesmo ano, seguiu para a Índia. Nos anos seguintes, serviu no Oriente, ora como soldado, ora como funcionário, pensando-se que esteve mesmo em território chinês, onde teria exercido o cargo de Provedor dos Defuntos e Ausentes, a partir de 1558.
Faleceu numa casa de Santana, a 10 de Junho de 1580, em Lisboa, sendo enterrado numa campa rasa numa das igrejas das proximidades. Os seus restos encontram-se actualmente no Mosteiro dos Jerónimos. Fonte: Angop | |
| | | Kaluanda Top 500
Idade : 74 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Qua Mar 11, 2009 8:18 pm | |
| O fogo que na branda cera ardia
O fogo que na branda cera ardia, Vendo o rosto gentil que na alma vejo. Se acendeu de outro fogo do desejo, Por alcançar a luz que vence o dia.
Como de dois ardores se incendia, Da grande impaciência fez despejo, E, remetendo com furor sobejo, Vos foi beijar na parte onde se via.
Ditosa aquela flama, que se atreve Apagar seus ardores e tormentos Na vista do que o mundo tremer deve!
Namoram-se, Senhora, os Elementos De vós, e queima o fogo aquela nave Que queima corações e pensamentos.
Luís de Camões | |
| | | lopes Moderador
Idade : 76 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Qua Mar 11, 2009 11:14 pm | |
| Amiga Kaluanda. Gostei do trabalho que colocaste sobre o nosso Camões. O maior poeta português de todos os tempos e um dos maiores de toda a Humanidade. e para dar continuidade ao soneto por ti atrás postado, aqui vai outro do poeta abençoado... OS VESTIDOS ELISA REVOLVIA Os vestidos Elisa revolvia que lhe Eneias deixara por memória; doces despojos da passada glória, doces,quando seu fado o consentia. Entre eles a fermosa espada via que instrumento foi da triste história; e,como quem de si tinha a vitória, falando só com ela assi dezia; «Fermosa e nova espada,se ficaste só para executar os enganos de quem te quis deixar,em minha vida, Sabe que tu comigo te enganaste; que,para me tirar de tantos danos, Sobeja-me a tristeza da partida. Camões Kandandos Toni Lopes | |
| | | Kaluanda Top 500
Idade : 74 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Qua Mar 11, 2009 11:23 pm | |
| Oi Lopes
Então cá vai mais um soneto...
Em prisões baixas fui um tempo atado
Em prisões baixas fui um tempo atado; Vergonhoso castigo de meus erros: Inda agora arrojando levo os ferros, Que a morte, a meu pesar, tem já quebrado.
Sacrifiquei a vida a meu cuidado, Que Amor não quer cordeiros nem bezerros; Vi mágoas, vi misérias, vi desterros: Parece-me que estava assi ordenado.
Contentei-me com pouco, conhecendo Que era o contentamento vergonhoso, Só por ver que coisa era viver ledo.
Mas minha Estrela, que eu já agora entendo, A Morte cega, e o Caso duvidoso Me fizeram de gostos haver medo.
Camões | |
| | | lopes Moderador
Idade : 76 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Qua Mar 11, 2009 11:55 pm | |
| Kaluanda..
E a seguir a Camões,um outro grande poeta português,conhecido em todo o mundo.
A CRIANÇA QUE RI NA RUA
A criança que ri na rua, A música que vem no acaso A tela absurda,a estátua nua, A bondade que não tem prazo.
Tudo isso excede esse rigor Que o raciocínio dá a tudo, E tem qualquer cousa de amor, Ainda que o amor seja mudo.
Fernando Pessoa. | |
| | | lopes Moderador
Idade : 76 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Qui Mar 12, 2009 12:02 am | |
| A CIÊNCIA A ciência,a ciência,a ciência... Ah,como tudo é nulo e vão! A pobreza da inteligência Ante a riqueza da emoção! Aquela mulher que trabalha Como uma santa em sacrifício Com tanto esforço dado a ralha! Contra o pensar,que é o meu vício. A ciência!Como é pobre e nada! Rico é o que a alma dá e tem. Fernando Pessoa Kandandos Toni Lopes | |
| | | Kaluanda Top 500
Idade : 74 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Qui Mar 12, 2009 12:09 am | |
| A MORTE A morte é a curva da estrada. Morrer é só não ser visto. Se escuto, eu te oiço a passada Existir como eu existo. A terra é feita de céu. A mentira não tem ninho. Nunca ninguém se perdeu. Tudo é verdade e caminho. O. C., I, V, Poesias, p. 144.[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link] - [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link] | |
| | | Kaluanda Top 500
Idade : 74 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Qui Mar 12, 2009 1:54 pm | |
| Aconteceu-me do Alto do Infinito
Aconteceu-me do alto do infinito Esta vida. Através de nevoeiros, Do meu próprio ermo ser fumos primeiros, Vim ganhando, e través estranhos ritos
De sombra e luz ocasional, e gritos Vagos ao longe, e assomos passageiros De saudade incógnita, luzeiros De divino, este ser fosco e proscrito...
Caiu chuva em passados que fui eu. Houve planícies de céu baixo e neve Nalguma cousa de alma do que é meu.
Narrei-me à sombra e não me achei sentido. Hoje sei-me o deserto onde Deus teve Outrora a sua capital de olvido...
Fernando Pessoa | |
| | | lopes Moderador
Idade : 76 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Qui Mar 12, 2009 11:31 pm | |
| Poesias satíricas O COLCHÃO DENTRO DO TOUCADO Chaves na mão,melena desgrenhada, Batendo o pé na casa,a mãe ordena, Que o furtado colchão fofo e de pena, A filha o ponha ali,ou a criada. A filha,moça fina e aperaltada, lhe diz c´oa doce voz que o ar serena: "sumiu-lhe o colchão,é forte pena; olhe não fique a casa arruinada". "Tu respondes-me assim ?Tu zombas disto? Tu cuidas que por ter pai embarcado, já a mãe não tem mãos?"E dizendo isto, Arremete-lhe à cara e ao penteado; Eis senão quando (caso nunca visto!) Sai-lhe o colchão de dentro do toucado. NICOLAU TOLENTINO | |
| | | lopes Moderador
Idade : 76 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Qui Mar 12, 2009 11:42 pm | |
| VAI MÍSERO CAVALO LAZARENTO Vai mísero cavalo lazarento, pastar longas campinas livremente; Não percas tempo enquanto to consente De magros cães faminto ajuntamento. Esta sela,teu único ornamento, Para sinal da minha dor veemente, De torto prego ficará pendente, Despojo inútil de inconstante vento. Morre em paz,que,em havendo algum dinheiro, Hei-de mandar,em honra de teu nome, Abrir em negra pedra este letreiro: «Aqui piedoso entulho os ossos come Do mais fiel,mais rápido sendeiro, Que fora eterno,a não morrer de fome.» NICOLAU TOLENTINO Kandandos Toni Lopes | |
| | | Kaluanda Top 500
Idade : 74 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Qui Mar 12, 2009 11:55 pm | |
| À MARGEM DE UMA FONTE QUE CORRIA..
À margem de uma fonte, que corria, Lira doce dos pássaros cantores A bela ocasião das minhas dores Dormindo estava ao despertar do dia.
Mas como dorme Sílvia, não vestia O céu seus horizontes de mil cores; Dominava o silêncio entre as flores, Calava o mar, e rio não se ouvia,
Não dão o parabém à nova Aurora Flores canoras, pássaros fragrantes, Nem seu âmbar respira a rica Flora.
Porém abrindo Sílvia os dois diamantes, Tudo a Sílvia festeja, tudo adora Aves cheirosas, flores ressonantes.
Gregório de Matos | |
| | | Cazimar Adm/Moderação
Idade : 68 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| | | | Kaluanda Top 500
Idade : 74 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Sex Mar 13, 2009 8:13 pm | |
| Adeus
Já gastámos as palavras pela rua, meu amor, e o que nos ficou não chega para afastar o frio de quatro paredes. Gastámos tudo menos o silêncio. Gastámos os olhos com o sal das lágrimas, gastámos as mãos à força de as apertarmos, gastámos o relógio e as pedras das esquinas em esperas inúteis.
Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada. Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro; Era como se todas as coisas fossem minhas: quanto mais te dava mais tinha para te dar. Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes. E eu acreditava. Acreditava, porque ao teu lado todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos, era no tempo em que o teu corpo era um aquário, era no tempo em que meus olhos eram realmente peixes verdes. Hoje são apenas os meus olhos. É pouco, mas é verdade, uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras. Quando agora digo: meu amor, já se não passa absolutamente nada. E no entanto, antes das palavras gastas, tenho a certeza de que todas as coisas estremeciam só de murmurar o teu nome no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar. Dentro de ti não há nada que me peça água. O passado é inútil como um trapo. E já te disse: as palavras estão gastas. Adeus.
Eugénio de Andrade | |
| | | Kaluanda Top 500
Idade : 74 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Sex Mar 13, 2009 9:37 pm | |
| Glosa
Quem me roubou a minha dor antiga, E só a vida me deixou por dor ? Quem, entre o incêndio da alma em que o ser periga, Me deixou só no fogo e no torpor ?
Quem fez a fantasia minha amiga, Negando o fruto e emurchecendo a flor ? Ninguém ou o Fado, e a fantasia siga A seu infiel e irreal sabor...
Quem me dispôs para o que não pudesse ? Quem me fadou para o que não conheço Na teia do real que ninguém tece ?
Quem me arrancou ao sonho que me odiava E me deu só a vida em que me esqueço, "Onde a minha saudade a cor se trava ?"
Fernando Pessoa | |
| | | lopes Moderador
Idade : 76 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Sex Mar 13, 2009 10:51 pm | |
| CHUVA Outrora Quando a chuva vinha Era a alegria que chegava Para as árvores O capim E para a gente. Era a hora do banho sob a chuva Meninos sem chuveiro A água regateada na cacimba Muitas horas de pé esperando a vez. Era a legria de todos,essa chuva: Porque então fiz o primeiro poema triste? Hoje ela veio Veio sem o encanto de outras eras E ergueu na minha frente o tempo ido. Porque estou triste? Porque estou só? A canção é sempre a mesma Mesmos fantasmas,meu amor: Inútil o teu sol ante os meus olhos Inútil teu calor nas minhas mãos. Essa chuva é minha amante Velho fantasma meu: Inútil,meu amor,tua presença. Mário António (1999 obra poética) | |
| | | lopes Moderador
Idade : 76 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Sex Mar 13, 2009 10:57 pm | |
| O MAMÃO
Frágil vagina semeada pronta,útil,semanal Nela se alargam as sedes no meio cresce insondável o vasio...
A ANONA
Tem mil e quarenta e cinco Caroços Cada um com uma circunfrência À volta Agrupam-se todos (arrumadinhos) No pequeno útero verde Da casca
ANA PAULA TAVARES ( in ritos de passagem,1985) | |
| | | lopes Moderador
Idade : 76 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Sex Mar 13, 2009 11:05 pm | |
| " VIERAM MUITOS " "A massambala cresce a olhos nús" Vieram muitos à procura de pasto traziam olhos rasos de poeira e sede e o gado perdido. Vieram muitos à procura de pasto de capim gordo das tranquilas águas do lago. Vieram de mãos vazias mas olhos de sede e sandálias gastas da procura de pasto. Ficaram pouco tempo mas todo o pasto se gastou na sede enquanto a massambala crescia a olhos nús. Partiram com olhos rasos de pasto limpos de poeira levaram o gado gordo e as raparigas. ANA PAULA TAVARES ( o lago da lua 1999) Kandandos Toni Lopes | |
| | | Cazimar Adm/Moderação
Idade : 68 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Sex Mar 13, 2009 11:31 pm | |
| oh alambique... oh alambique de saudade destilando álcool de poesia pára pára oh alambique de saudade Arlindo de Barbeitos (poeta angolano) | |
| | | Cazimar Adm/Moderação
Idade : 68 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Sex Mar 13, 2009 11:59 pm | |
| Poema de longe Acendo um cigarro e ponho-me a olhar as casas que se elevam pela encosta… Longe, o Sol morre numa lagoa de sangue… Entristeço-me. Meus sonhos tornaram-se em nada, minhas ambições nunca passaram de planos, meus enlevos de amor nunca passaram de ânsias. (António Nunes - Poeta Caboverdiano) | |
| | | Cazimar Adm/Moderação
Idade : 68 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Sáb Mar 14, 2009 12:14 am | |
| Caçando gambozinos Vem caçar gambozinos jovem d'olhar brilhante e eterno coração vem sem nada trazer na mão e esperes não que eu t'empreste meu alçapão vem e aprende à tua custa que a vida não é senão uma eterna caçada aos gambozinos esse animal feito de sonho e ilusão e que assim mesmo vala a pena a perseguição. (João Melo - poeta angolano ) | |
| | | Cazimar Adm/Moderação
Idade : 68 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Sáb Mar 14, 2009 4:43 pm | |
| Uma Negra ConvertidaMinha avó negra, de panos escuros, da cor do carvão... Minha avó negra de panos escuros que nunca mais deixou... Andas de luto, toda és tristeza... Heroína de ideias, rompeste com a velha tradição dos cazumbis, dos quimbandas... Não xinguilas, no obito. Tuas mãos de dedos encarquilhados, tuas mãos calosas da enxada, tuas mãos que preparam mimos da Nossa Terra, quitabas e quifufutilas - , tuas mãos, ora tranquilas, desfilam as contas gastas de um rosário já velho... Teus olhos perderam o brilho; e da tua mocidade só te ficou a saudade e um colar de missangas... Avózinha, as vezes, ouço vozes que te segredam saudades da tua velha sanzala, da cubata onde nasceste, das algazarras dos óbitos, das tentadoras mentiras do quimbanda, dos sonhos de alambamento que supunhas merecer... E penso que... se pudesses, talvez revivesses as velhas tradições! (Mário António - Poeta angolano) | |
| | | lopes Moderador
Idade : 76 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Dom Mar 15, 2009 1:04 am | |
| ANOITECE
Anoitece.Sou um caminho sentado sobre o sentir-me pedra,oiro e sangue
Os dias seguram a sombra do meu verso afiado. Velhas de panos riscados esquecem tabaco na esteira branca do meu coração. Anoitece sobre o sentir-me pedra,oiro e sangue.
JOSÉ LUIS MENDONÇA (poeta Angolano) | |
| | | lopes Moderador
Idade : 76 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Dom Mar 15, 2009 1:09 am | |
| ESPIRAL DA VIDA
As horas caminham em espiral lúgubres com(o) vidas em calafrios urdidos
Vultos à espreita sonegam. iminentes o mundo grita seu cancro em mil silêncios cortantes de vidro e agonia
CONCEIÇÃO CRISTOVÃO (poeta Angolano)
Kandandos
Toni Lopes | |
| | | Tita Top 100
Idade : 73 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
| Assunto: Re: Poesia Dom Mar 15, 2009 1:04 pm | |
| Faz de conta...
Faz de conta que sou o Sol nascente e douro ao longe os palmares... Faz de conta que sou um sol bem quente e dou vida aos tristes olhares. Faz de conta que sou o Sol poente e caio ao longe... atrás do mar. Faz de conta que sou inconfidente e todos os segredos vou contar... Vou contar os segredos dos palmares e também os dos tristes olhares... Faz de conta que sou o Sol nascente e levo a felicidade a toda a gente!
Tina Carvalho
| |
| | | Conteúdo patrocinado
| Assunto: Re: Poesia | |
| |
| | | | Poesia | |
|
Tópicos semelhantes | |
|
| Permissões neste sub-fórum | Não podes responder a tópicos
| |
| |
|
|