Esse negro corcel cujas passadas Escuto em sonhos,quando a sombra desce, E,passando a galope,me aparece De noite nas fantásticas estradas,
Donde vem ele?Que regiões sagradas E terríveis cruzou,que assim parece Tenebroso e sublime,e lhe estremece Não sei que horror nas crinas agitadas?
Um cavaleiro de expressão potente, Formidável, mas plácido,no porte, Vestido de armadura reluzente,
Cavalga a fera estranha sem temor: E o corcel negro diz:"Eu sou a morte!" Responde o cavaleiro:"Eu sou o amor!"
Antero de Quental
Toni Lopes
Ritinha Top 20
Idade : 67 Localização : Golegã bandeiras dos países : Reputação do usuário :
Assunto: Re: Poesia Ter Abr 28, 2009 12:13 pm
MISTÉRIOS
Há um encanto secreto, um mistério insondável No seio da floresta, e o seu recesso esconde Tanta coisa ideal, sobre a rendada fronde, Na beleza sem par, selvática, admiravel!
A ave que desata a voz límpida, inefável A voejar pelo azul exprime de onde em onde Um idílio de amor que a brisa responde E o aroma a se espargir , num eflúvio adorável.
Nos esponsais da flor, oh! Que ternura existe! Que pode compreender a força que persiste, A vibrar no mistério, a palpitar no arcano?
Quem pode do porvir traçar o intenerário, Investigar quem ousa o pensamento vário E o supremo mistério – o coração humano?
(Francisca Clotilde, A Estrella, Jul. de 1915)
lopes Moderador
Idade : 76 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
Assunto: Re: Poesia Qui Abr 30, 2009 1:07 am
Isto
Dizem que finjo ou minto Tudo que escrevo.Não. Eu simplesmente sinto Com a imaginação Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo, O que me falha ou finda, É como que um terraço Sobre outra coisa ainda. Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio Do que não está de pé, Livre do meu enleio, Sério do que não é. Sentir?Sinta quem lê.
Fernando Pessoa
lopes Moderador
Idade : 76 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
Assunto: Re: Poesia Qui Abr 30, 2009 1:15 am
Quando me quer enganar
Quando me quer enganar A minha bela perjura, Pera mais me confirmar O que quer certificar, Pelos seus olhos mo jura. Como meu contentamento Todo se rege por eles, Imagino o pensamento Que se faz agravo a eles Não crer tão grão juramento.
Porém como em casos tais Ando já visto e corrente, Sem outros certos sinais, Quando me ela jura mais, Tanto mais cuido que mente. Então,vendo-lhe ofender Uns tais olhos como aqueles, Deixo-me antes tudo crer, Só pela não constranger A jurar falso por eles.
Camões
Toni Lopes
Cazimar Adm/Moderação
Idade : 68 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
Assunto: Re: Poesia Qui Abr 30, 2009 5:55 pm
Verdes são os campos
Verdes são os campos, De cor de limão: Assim são os olhos Do meu coração.
Campo, que te estendes Com verdura bela; Ovelhas, que nela Vosso pasto tendes, De ervas vos mantendes Que traz o Verão, E eu das lembranças Do meu coração.
Gados que pasceis Com contentamento, Vosso mantimento Não no entendereis; Isso que comeis Não são ervas, não: São graças dos olhos Do meu coração.
Luís de Camões
Cazimar Adm/Moderação
Idade : 68 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
Assunto: Re: Poesia Qui Abr 30, 2009 5:57 pm
Se tanta pena tenho merecida
Se tanta pena tenho merecida Em pago de sofrer tantas durezas, Provai, Senhora, em mim vossas cruezas, Que aqui tendes u~a alma oferecida.
Nela experimentai, se sois servida, Desprezos, desfavores e asperezas, Que mores sofrimentos e firmezas Sustentarei na guerra desta vida.
Mas contra vosso olhos quais serão? Forçado é que tudo se lhe renda, Mas porei por escudo o coração.
Porque, em tão dura e áspera contenda, ƒÉ bem que, pois não acho defensão, Com me meter nas lanças me defenda.
Luís de Camões
orlando Dekatete Top 100
Idade : 75 Localização : Lisboa Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
Assunto: Re: Poesia Dom maio 03, 2009 12:14 am
Do livro de poesia de Arlindo Barbeitos
“Fiapos de sonho”
na calmia da paisagem
que teu olhar traz suspensa
afogada
desliza a memória de negreiros e escravos
amada que lembrança terão os peixes
gira gira meu irmão
em terra de luar e desencanto
quem dança mora com os deuses
diz o poeta distante
em terra de luar e desencanto
gira gira meu irmão
Kaluanda Top 500
Idade : 74 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
Assunto: Re: Poesia Seg maio 04, 2009 8:33 pm
As tuas palavras - poema e voz de Vóny Ferreira
Cazimar Adm/Moderação
Idade : 68 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
Assunto: Re: Poesia Seg maio 04, 2009 11:04 pm
Olha-me sem me veres
lopes Moderador
Idade : 76 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
Assunto: Re: Poesia Seg maio 04, 2009 11:44 pm
Os Colombos
Outros haverão de ter O que houvermos de perder, Outros poderão achar O que,no nosso encontrar, Foi achado,ou não achado, Segundo o destino dado.
Mas o que a eles não toca, é a magia que evoca O longe e faz dele história. E,por isso a sua glória É justa auréola dada Por uma luz emprestada.
Fernando Pessoa,em Mensagem
lopes Moderador
Idade : 76 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
Assunto: Re: Poesia Seg maio 04, 2009 11:54 pm
O Infante
Deus quer,o homem sonha,a obra nasce. Deus quiz que a terra fosse toda uma, Que o mar unisse,já não se separasse. Sagrou-te,e foste desvendando a espuma,
E a orla branca foi de ilha em continente, Clareou,correndo,até ao fim do mundo, E viu-se a terra inteira de repente, Surgiu,redonda,do azul profundo.
Quem te sagrou criou-te Português. Do mar e nós em ti nos deu sinal Cumpriu-se o Mar,e o Império se desfez. Senhor,falta cumprir-se Portugal!
Fernando Pessoa,em Mensagem
Toni Lopes
Cazimar Adm/Moderação
Idade : 68 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
Assunto: Re: Poesia Qui maio 07, 2009 8:26 pm
Joana maluca
Para eles eras unicamente a suja a piolhosa colhendo beatas á porta do Nacional
E lestos enquanto o sol brincava no ombro alcantilado das encostas seus rafeiros te lançavam de dentro dos quintais.
Joana eles sabiam tua mão e a temiam (tua mão espinho-de-piteira tua mão ngana-acusadora-mesmo ah! kikata kikata muene) até quando estendida tua mão pedia.
Na escudela da noite entre cassuneiras e muxixis uma pobre escura flor adormecia...
João Maria Vilanova (poeta angolano)
Cazimar Adm/Moderação
Idade : 68 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
Assunto: Re: Poesia Sex maio 08, 2009 8:58 pm
O fogo está aceso
O fogo está aceso: noites longas fugitivas — das guerras longas profícuas... as vitórias são breves e nascem como nasce o sol. Este fogo é para os pobres... portanto, deixei rugir os ursos com a fúria do cataclismo em todo mundo — pois se endireitam os dorsos dos pobres do mundo! O fogo está aceso: na africanização das estruturas nos homens, nas leis.
Ngudia Wendel (poetisa angolana)
Kaluanda Top 500
Idade : 74 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
Assunto: Re: Poesia Sáb maio 09, 2009 1:27 pm
O MAR
Conheço teu agitado marulho tua voz de barítono conheço tua zangada pronúncia tuas lanças arrojadas pelos braços da tormenta conheço tua suave dança na onda calma e inumerável na crista transformada em súbita canção de espumas conheço-te na beleza da baía amanhecida na hora melancólica do crepúsculo e no teu dorso enluarado. Me deste a paisagem das águas litorâneas e a espuma se estendendo sobre a areia me mostraste a nudez e o encanto das praias solitárias a preamar e a vazante e o teu perfil de mastros e gaivotas me deste a magia do horizonte uma vela solta ao vento e um barco de papel para os meus sonhos mas nunca me mostraste a extensão azul dos teus domínios e nem um indício sequer dos teus enigmas. Marinheiro sem mar e sem destino nunca pude navegar tuas distâncias. Deste banquete me deste apenas o paladar salgado dos meus versos minha sílaba de sal e a tua própria essência salpicada entre meus dedos molécula elementar unânime cristal para que na minha dieta imprescindível eu possa provar teu sabor todos os dias.
Manoel de Andrade
Ritinha Top 20
Idade : 67 Localização : Golegã bandeiras dos países : Reputação do usuário :
Assunto: Re: Poesia Sáb maio 09, 2009 5:20 pm
Carta ao Mar
Deixa escrever-te, verde mar antigo, Largo Oceano, velho deus limoso, Coração sempre lyrico, choroso, E terno visionario, meu amigo!
Das bandas do poente lamentoso Quando o vermelho sol vae ter comtigo, - Nada é mais grande, nobre e doloroso, Do que tu, - vasto e humido jazigo!
Nada é mais triste, tragico e profundo! Ninguem te vence ou te venceu no mundo!... Mas tambem, quem te poude consollar?!
Tu és Força, Arte, Amor, por excellencia! - E, comtudo, ouve-o aqui, em confidencia; - A Musica é mais triste inda que o Mar!
António Gomes Leal, in 'Claridades do Sul'
Cazimar Adm/Moderação
Idade : 68 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
Assunto: Re: Poesia Seg maio 11, 2009 9:40 pm
"Inclinação do tempo"
à tarde com as sombras inclinadas nos prédios nas paredes as aves perpetuam o regresso do tempo que decai
as aves que se inclinam na distância das sombras desta tarde cai a tarde com as aves e o tempo. detrás da nua cortina
a esquina da tua face inclinada tecida sobre o tempo uma ave borda o voo na toalha
a linha branca e a azul a cor do céu azul da cor do céu inclina o voo da ave.
descanso a ave no tempo inclinado.
José do Nascimento Félix (poeta angolano)
lopes Moderador
Idade : 76 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
Assunto: Re: Poesia Qua maio 13, 2009 12:24 am
Perdão
Seria o beijo Que te pedi, Dize,a razão (outra não vejo) Porque perdi Tanta afeição? Fiz mal,confesso; Mas esse excesso, Se o cometi, Foi por paixão, Sim,por amor De quem?...de ti! Tu pensas,flor Que a mulher basta Que seja casta, Unicamente? Não basta tal: Cumpre ser boa, Ser indulgente. Fiz-te algum mal? Pois bem:Perdoa! É tão suave ao coração Mesmo o perdão De ofensa grave! Se o alcançasse, Se o conseguisse, Quisera então Beijar-te a mão, Beijar-te a face... Beijar?que disse! (Que indiscrição...) Perdão!Perdão!
João de Deus
lopes Moderador
Idade : 76 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
Assunto: Re: Poesia Qua maio 13, 2009 12:35 am
Aspiração
Meus dias vão correndo vagarosos, Sem prazer e sem dor parece Que o foco interior já desfalece E vacila com raios duvidosos.
É bela a vida e os anos são formosos, E nunca ao peito amante o amor falece... Mas,se a beleza aqui nos aparece, Logo outra lembra de mais puros gozos.
Minha alma,ó Deus!a outros céus aspira: Se um momento a prender, mortal beleza, É pela eterna pátria que suspira...
Porém,do pressentir dá-me a certeza, Dá-ma!e sereno,embora a dor me fira, Eu sempre bendirei esta tristeza!
Antero de Quental
Toni Lopes...
Cazimar Adm/Moderação
Idade : 68 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
Assunto: Re: Poesia Qua maio 13, 2009 6:51 pm
" REDENÇÃO "
Coro antigo de vozes rumorosas, Das vozes primitivas, dolorosas Como um pranto de larvas tumulares...
Da sombra das visões crepusculares Rompendo, um dia, surgireis radiosas D'esse sonho e essas ânsias afrontosas, Que exprimem vossas queixas singulares...
Almas no limbo ainda da existência, Acordareis um dia na Consciência, E pairando, já puro pensamento,
Vereis as Formas, filhas da Ilusão, Cair desfeitas, como um sonho vão... E acabará por fim vosso tormento.
Antero de Quental
Kaluanda Top 500
Idade : 74 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
Assunto: Re: Poesia Qua maio 13, 2009 7:22 pm
Oi Amigos
Vocês estão escolhendo poemas muito tristes... Bom... vou também colocar um dentro da mesma linha, para vos fazer companhia...
TRANSCENDENTALISMO
Já sossega, depois de tanta luta, Já me descansa em paz o coração. Caí na conta, enfim, de quanto é vão O bem que ao Mundo e à Sorte se disputa.
Penetrando, com fronte não enxuta, No sacrário do templo da Ilusão, Só encontrei, com dor e confusão, Trevas e pó, uma matéria bruta...
Não é no vasto mundo — por imenso Que ele pareça à nossa mocidade — Que a alma sacia o seu desejo intenso...
Na esfera do invisível, do intangível, Sobre desertos, vácuo, soledade, Vôa e paira o espírito impassível!
Antero de Quental, in "Sonetos"
lopes Moderador
Idade : 76 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
Assunto: Re: Poesia Qui maio 14, 2009 1:04 am
Trova do Vento que passa
Pergunto ao vento que passa, notícia do meu país, e o vento cala a desgraça e o vento nada me diz. E o vento cala a desgraça E o vento nada me diz.
Mas há sempre uma candeia, dentro da própria desgraça, há sempre alguém que semeia canções no vento que passa. Há sempre alguém que semeia canções no vento que passa.
Mesmo na noite mais triste, em tempo de servidão, há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que diz não. Há sempre alguém que resiste, Há sempre alguém que diz não.
Manuel Alegre
Toni Lopes...
lopes Moderador
Idade : 76 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
Assunto: Re: Poesia Sex maio 15, 2009 12:22 am
Sonho
De suspirar em vão fatigado, Dando trégua aos meus males eu dormia; Eis que junto de mim sonhei que via Da Morte o gesto lívido e mirrado.
Curva fouce no punho descarnado Sustentava a cruel,e me dizia: < Eu venho terminar tua agonia; Morre,não penes mais,ó desgraçado!>
Quis ferir-me,e de amor foi atalhada, Que armado de cruentos passadores Aparece e lhe diz com voz irada:
< Emprega noutro objecto teus rigores Que esta vida infeliz está guardada Para vítima só de meus furores.>
Bocage
Toni Lopes
Ritinha Top 20
Idade : 67 Localização : Golegã bandeiras dos países : Reputação do usuário :
Assunto: Re: Poesia Sex maio 15, 2009 12:34 pm
Tristezas
Caminho da morte Que me há-de arrancar O grito mais forte Que eu posso exalar:
O ai da partida Da pátria, do lar, Dos meus e da vida, Da terra e do ar…
Já perto da onda Que me há-de tragar, Embora se esconda No fundo do mar;
De noite e de dia Me alveja no ar O fumo que eu via Subir do meu lar!
Que sonhos dourados Me estão a lembrar! Mas tempos passados Não podem voltar.
Carreira da vida, Que vás a voar Por esta descida, Vai mais devagar;
Que eu vou deste mundo Talvez… descansar, E nunca do fundo Dos mares voltar!...
João de Deus
Cazimar Adm/Moderação
Idade : 68 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
Assunto: Re: Poesia Sex maio 15, 2009 6:27 pm
"Maios"
Maios quentes de flores de pinho e giesta...
Ah! Quem me dera outros maios... maios de rosas-de-porcelana, de buganvílias em flor bordejando a avenida. Maios de calores tépidos, anunciando cacimbos de junho. Ah! Quem dera outros maios, outras rosas, outros cheiros, outro tempo-areal-vento, outro mar, outro sol, um grande girassol florido numa sangrenta verbena amarela derramada pela avenida em espreguiçado declínio...
(Namibiano Ferreira)
Kaluanda Top 500
Idade : 74 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
Assunto: Re: Poesia Sex maio 15, 2009 8:42 pm
Aos heróis...
Humanos, verdadeiramente humanos foram anjos descidos dos céus abrindo suas asas protectoras nos momentos do medo e da demência aflitiva dos dias de ignomínia... Superando sua humana condição e contra a bestialidade das ideias impuras, irracionais, inumanas foram raiz de toda a diferença bonança durante a tormenta foram o templo, onde perseguido, gritei: santuário! Humanos, verdadeiramente humanos em sacrifício de suas próprias vidas foram a vida de gerações futuras. Humanos, verdadeiramente humanos superando sua humana condição foram homens e mulheres simples e justos, audazes heróis e, qual Deuses olímpicos, ascendem aos céus como fachos a arder na treva escura iluminando a selva insana e demente desta nossa humana iníqua loucura.
Namibiano Ferreira
lopes Moderador
Idade : 76 Localização : Portugal bandeiras dos países : Reputação do usuário :
Assunto: Re: Poesia Sex maio 15, 2009 11:58 pm
Sou o fantasma de um rei
Sou o fantasma de um rei Que sem cessar percorre As salas de um palácio abandonado... Minha história não sei... Longe em mim,fumo de eu pensá-la,morre A ideia de que tive algum passado...
Eu não sei o que sou. Não sei se sou sonho Que,alguém do outro mundo esteja tendo... Creio talvez que estou Sendo um perfil casual de um rei tristonho Numa história que um deus está relendo.