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    MensagemAssunto: Re: Poesia   Poesia - Página 23 Icon_minitimeSex Fev 05, 2010 1:20 am

    O amor é uma companhia

    O amor é uma companhia.
    Já não sei andar só pelos caminhos,
    Porque já não posso andar só.
    Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
    E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.

    Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.
    E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.
    Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
    Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.

    Todo eu sou qualquer força que me abandona.
    Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio.

    Alberto Caeiro
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    MensagemAssunto: Re: Poesia   Poesia - Página 23 Icon_minitimeSáb Fev 06, 2010 12:06 am

    Se depois de eu morrer

    Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
    Não há nada mais simples
    Tem só duas datas — a da minha nascença e a da minha morte.
    Entre uma e outra cousa todos os dias são meus.

    Sou fácil de definir.

    Vi como um danado.
    Amei as cousas sem sentimentalidade nenhuma.
    Nunca tive um desejo que não pudesse realizar, porque nunca ceguei.
    Mesmo ouvir nunca foi para mim senão um acompanhamento de ver.
    Compreendi que as cousas são reais e todas diferentes umas das outras;
    Compreendi isto com os olhos, nunca com o pensamento.
    Compreender isto com o pensamento seria achá-las todas iguais.

    Um dia deu-me o sono como a qualquer criança.
    Fechei os olhos e dormi.
    Além disso, fui o único poeta da Natureza.

    Alberto Caeiro
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    MensagemAssunto: Re: Poesia   Poesia - Página 23 Icon_minitimeSáb Fev 06, 2010 1:07 am

    Sonho Oriental

    Sonho-me às vezes rei ,nalguma ilha,
    Muito longe nos mares do Oriente,
    Onde a noite é balsámica e fulgente,
    E a luz cheia sobre as águas brilha...

    O aroma da magnólia e da baunilha
    Paira no ar diáfono e dormente...
    Lambe a orla dos bosques,vagamente,
    O mar com finas ondas de escumilha...

    E enquanto eu na varanda de marfim
    Me encosto ,absorto num cismar sem fim,
    Tu,meu amor,divagas ao luar,

    Do profundo jardim pelas elareiras,
    Ou descansas por baixo das palmeiras,
    Tendo aos pés um leao familiar.

    Antero de Quental
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    MensagemAssunto: Re: Poesia   Poesia - Página 23 Icon_minitimeSáb Fev 06, 2010 1:24 am

    À Virgem Santíssima

    Num sonho todo feito de incerteza,
    De nocturna e indivisivel ansiedade,
    É que eu vi o teu olhar de piedade
    E ( mais que piedade )de tristeza...

    Nao era o vulgar brilho da beleza,
    Nem o ardor banal da mocidade...
    Era outra luz,era outra suavidade,
    Que até nem sei se as há na natureza...

    Um místico sofrer...uma ventura
    Feita só de perdao,só de ternura
    E da paz da nossa hora derradeira...

    Ó visão,visão triste e piedosa!
    Fita-me assim calada,assim chorosa...
    E deixa-me sonhar a vida inteira!

    Antero de Quental


    Kandandos

    Toni Lopes
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    MensagemAssunto: Re: Poesia   Poesia - Página 23 Icon_minitimeSáb Fev 06, 2010 2:00 am

    E A LOUCA SOU EU!?

    O mundo é perfeito…
    A louca sou eu!

    E os conceitos
    os preconceitos
    os babelismos mentais
    a prepotência dos fortes
    a arrogância dos demais
    as ejaculações do poder
    e o poder dos anormais?

    Mas a louca sou eu!

    E os hipócritas
    os dissimulados
    os perversos disfarçados
    os corrompidos,
    os corruptores
    os refractários manipuladores
    os mentirosos sem consciência
    e os masturbadores da impotência?

    Mas a louca sou eu!

    E os vigaristas
    os burlões
    os pedófilos
    e os cabrões
    os proxenetas
    as prostitutas
    os devassos das falsas lutas
    os libertinos,
    os debochados
    os cornudos
    e os enganados?

    Mas a louca sou eu!

    E os falsários
    os perjuros
    os fazedores de conjuros
    os salteadores da vida alheia
    os carrascos sem cadeia
    os assassinos
    os ladrões
    os verdugos
    e os cabrões?

    E a louca sou eu?

    ana paula lavado in “Mentes Perversas”
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    MensagemAssunto: Re: Poesia   Poesia - Página 23 Icon_minitimeDom Fev 07, 2010 1:09 am

    Oi Cazimar

    Um poema muito forte e contundente mas também muito actual.

    bjs

    Toni Lopes Poesia - Página 23 926787
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    MensagemAssunto: Re: Poesia   Poesia - Página 23 Icon_minitimeDom Fev 07, 2010 7:50 pm

    Maria

    Tenho cantado esperanças...
    Tenho falado de amores...
    Das saudades e dos sonhos
    Com que embalo as minhas dores...

    Entre os ventos suspirando
    Vagas,ténues harmonias,
    Tendes visto como correm
    Minhas doidas fantasias.

    E eu cuidei que era poesia
    Todo esse louco sonhar...
    Cuidei saber o que é vida
    Só porque sei delirar...

    Só porque à noite dormindo
    Ao seio duma visão,
    Encontrava algum alívio,
    Meu dorido coração,

    Cuidei de ser amor aquilo
    E ser aquilo viver...
    Oh,que sonhos que se abraçam
    Quando se quer esquecer !

    Eram fantasmas que a noite
    trouxe,e o dia já levou...
    À luz de estranha alvorada
    Hoje minha alma acordou !

    Antero de Quental
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    MensagemAssunto: Re: Poesia   Poesia - Página 23 Icon_minitimeDom Fev 07, 2010 8:00 pm


    Uma Amiga

    Aqueles que eu amei,não sei que vento
    Os dispersou
    no mundo,que os não vejo...
    Estendo os braços e nas trevas beijo
    Visões que a noite evoca o sentimento...

    Outros me causam mais cruel tormento
    Que as saudades dos mortos...que eu invejo...
    Passam por mim...mas como que têm pejo
    Da minha soledade e abatimento !

    Daquela primavera venturosa
    Não resta uma flor só,uma só rosa...
    Tudo o vento varreu,queimou o gelo !

    Tu só foste fiel - tu,como dantes,
    Inda volves teus olhos radiantes...
    Para ver o meu mal...e escarnece-lo !

    Antero de Quental
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    MensagemAssunto: Re: Poesia   Poesia - Página 23 Icon_minitimeSeg Fev 08, 2010 1:25 am

    Oi Lopes

    Continuando na tua linha...

    Aqui fica. mais um poema do Antero de Quental

    Boa semana !

    Beijocas
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    MensagemAssunto: Re: Poesia   Poesia - Página 23 Icon_minitimeSeg Fev 08, 2010 1:26 am

    Jura

    Pelas rugas da fronte que medita...
    Pelo olhar que interroga — e não vê nada...
    Pela miséria e pela mão gelada
    Que apaga a estrela que nossa alma fita...

    Pelo estertor da chama que crepita
    No ultimo arranco d'uma luz minguada...
    Pelo grito feroz da abandonada
    Que um momento de amante fez maldita...

    Por quanto há de fatal, que quanto há misto
    De sombra e de pavor sob uma lousa...
    Oh pomba meiga, pomba de esperança!

    Eu t'o juro, menina, tenho visto
    Cousas terriveis — mas jamais vi cousa
    Mais feroz do que um riso de criança!

    Antero de Quental, in "Sonetos"
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    MensagemAssunto: Re: Poesia   Poesia - Página 23 Icon_minitimeSeg Fev 08, 2010 8:58 pm

    OI Casimar

    Estou como o Lopes esse poema é forte.... mas ,como eu te compreendo. Dá até vontade de expressar que "Quem não se sente, não é filho de boa gente".


    kandandos bengo
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    MensagemAssunto: Re: Poesia   Poesia - Página 23 Icon_minitimeSeg Fev 08, 2010 11:07 pm

    No Circo

    Muito longe d'aqui, nem eu sei quando,
    Nem onde era esse mundo, em que eu vivia...
    Mas tão longe... que até dizer podia
    Que enquanto lá andei, andei sonhando...

    Porque era tudo ali aéreo e brando,
    E lúcida a existência amanhecia...
    E eu... leve como a luz... até que um dia
    Um vento me tomou, e vim rolando...

    Caí e achei-me, de repente, involto
    Em luta bestial, na arena fera,
    Onde um bruto furor bramia solto.

    Senti um monstro em mim nascer n'essa hora,
    E achei-me de improviso feito fera...
    — É assim que rujo entre leões agora!

    Antero de Quental, in "Sonetos"
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    MensagemAssunto: Re: Poesia   Poesia - Página 23 Icon_minitimeQui Fev 11, 2010 2:51 pm

    Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
    Escrever, por exemplo: "A noite está estrelada,
    e tiritam, azuis, os astros lá ao longe".
    O vento da noite gira no céu e canta.

    Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
    Eu amei-a e por vezes ela também me amou.
    Em noites como esta tive-a em meus braços.
    Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito.

    Ela amou-me, por vezes eu também a amava.
    Como não ter amado os seus grandes olhos fixos.
    Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
    Pensar que não a tenho. Sentir que já a perdi.

    Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ela.
    E o verso cai na alma como no pasto o orvalho.
    Importa lá que o meu amor não pudesse guardá-la.
    A noite está estrelada e ela não está comigo.

    Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe.
    A minha alma não se contenta com havê-la perdido.
    Como para chegá-la a mim o meu olhar procura-a.
    O meu coração procura-a, ela não está comigo.

    A mesma noite que faz branquejar as mesmas árvores.
    Nós dois, os de então, já não somos os mesmos.
    Já não a amo, é verdade, mas tanto que a amei.
    Esta voz buscava o vento para tocar-lhe o ouvido.

    De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos.
    A voz, o corpo claro. Os seus olhos infinitos.
    Já não a amo, é verdade, mas talvez a ame ainda.
    É tão curto o amor, tão longo o esquecimento.

    Porque em noites como esta tive-a em meus braços,
    a minha alma não se contenta por havê-la perdido.
    Embora seja a última dor que ela me causa,
    e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo.

    Pablo Neruda
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    MensagemAssunto: Re: Poesia   Poesia - Página 23 Icon_minitimeTer Fev 16, 2010 3:22 pm

    A Idade de Ser Feliz

    Existe somente uma idade para a gente ser feliz,
    somente uma época na vida de cada pessoa
    em que é possível sonhar e fazer planos
    e ter energia bastante para realizá-las
    a despeito de todas as dificuldades e obstáculos.

    Uma só idade para a gente se encantar com a vida e viver apaixonadamente
    e desfrutar tudo com toda intensidade
    sem medo, nem culpa de sentir prazer.

    Fase dourada em que a gente pode criar
    e recriar a vida,
    a nossa própria imagem e semelhança
    e vestir-se com todas as cores
    e experimentar todos os sabores
    e entregar-se a todos os amores
    sem preconceito nem pudor.

    Tempo de entusiasmo e coragem
    em que todo o desafio é mais um convite à luta
    que a gente enfrenta com toda disposição
    de tentar algo NOVO, de NOVO e de NOVO,
    e quantas vezes for preciso.

    Essa idade tão fugaz na vida da gente
    chama-se PRESENTE
    e tem a duração do instante que passa.

    desconhecido
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    MensagemAssunto: Re: Poesia   Poesia - Página 23 Icon_minitimeSeg Fev 22, 2010 9:13 pm

    Noites de luar no morro da Maianga

    Noites de luar no Morro da Maianga
    Anda no ar uma canção de roda:
    "Banana podre não tem fortuna
    Fru-tá-tá, fru-tá-tá..."
    Moças namorando nos quintais de madeira
    Velhas falando conversa antigas
    Sentadas na esteira
    Homens embebedando-se nas tabernas
    E os emigrados das ilhas...
    - Os emigrados das ilhas
    Com o saldo mar nos cabelos
    Os emigrados das ilhas
    Que falam de bruxedos e sereias
    E tocam violão
    E puxam faca nas brigas...

    Ó ingenuidade das canções infantis
    Ó namoros de moças sem cuidado
    Ó histórias de velhas
    Ó mistérios dos homens

    Vida!:

    Proletários esquecendo-se nas tascas
    Emigrantes que puxam faca nas brigas
    E os sons do violão
    E os cânticos da Missão

    Os homens
    Os homens
    As tragédias dos homens!

    (Mário António)
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    MensagemAssunto: Re: Poesia   Poesia - Página 23 Icon_minitimeTer Fev 23, 2010 7:30 pm

    Olá a todos,
    "De Poeta e de Loucos todos temos um pouco". Aqui vai um de meus poemas

    CAMINHADA

    Chegava a conjecturar
    Como pode o caracol
    Ao último andar chegar
    Caminhando tão devagar!

    Ensinou-me a vida
    Que é preciso insistir,
    Cada hora vivida
    É uma vitória conseguida.

    Ainda está longe
    O meu último andar,
    Mas eu continuo a lutar
    Para lá poder chegar.

    O caminho é duro,
    Às vezes tropeço
    E desato a chorar,
    Depois adormeço,
    O importante é acordar!

    Isabel Santos
    7/02/2009
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    MensagemAssunto: Re: Poesia   Poesia - Página 23 Icon_minitimeSeg Mar 01, 2010 4:44 am

    amiga isabel parabens pelo lindo poema eu tambem tenho uma vida de luta tropeço e volto a levantar nem tempo tenho para chorar
    pode continuar a colocar os poemas de vida eu fico agradecida
    fique bem Poesia - Página 23 8993
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    MensagemAssunto: Re: Poesia   Poesia - Página 23 Icon_minitimeSeg Mar 01, 2010 9:05 pm

    Oi amigas

    É bem verdade, o poema da nossa amiga Isabel, parece querer-nos falar de uma vida de luta.

    Daquela luta, que infelizmente por vezes o frenessim da vida é injusto para quem merecia um pouco de paz e de descanso.

    É bom conhecermos e convivermos com pessoas lutadoras e que sabem dar o devido valor.

    Amiga Isabel, continue a colocar a suas poesias realistas.

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    MensagemAssunto: Re: Poesia   Poesia - Página 23 Icon_minitimeSeg Mar 01, 2010 9:08 pm

    " A Mulemba secou "

    Poesia - Página 23 Dondo_11

    A mulemba secou.
    No barro da rua,
    Pisadas, por toda a gente,
    Ficaram as folhas
    Secas, amareladas
    A estalar sob os pés de quem passava.
    Depois o vento as levou...
    Como as folhas da mulemba
    Foram-se os sonhos gaiatos
    Dos miúdos do meu bairro.
    De dia,
    Espalhavam visgo nos ramos
    E apanhavam catituis,
    Viúvas, siripipis
    Que o Chiquito da Mulemba
    Ia vender no Palácio
    Numa gaiola de bimba.
    De noite,
    Faziam roda, sentados,
    A ouvir, de olhos esbugalhados
    A velha Jaja a contar
    Histórias de arrepiar
    Do feitiçeiro Catimba.
    Mas a mulemba secou
    E com ela,
    Secou tambem a alegria
    Da miúdagem do bairro;
    O Macuto da Ximinha
    Que cantava todo o dia
    Já não canta.
    O Zé Camilo, coitado,
    Passa o dia deitado
    A pensar em muitas coisas.
    E o velhote Camalundo,
    Quando passa por ali,
    Já ninguém o arrelia,
    Já mais ninguém lhe assobia,
    Já faz a vida em sossego.

    Como o meu bairro mudou,
    Como o meu bairro está triste
    Porque a mulemba secou...
    Só o velho Camalundo
    Sorri ao passar por lá!...

    (Aires de Almeida Santos)
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    MensagemAssunto: Re: Poesia   Poesia - Página 23 Icon_minitimeTer Mar 02, 2010 12:06 am



    Os Parnasianos

    SONETOS

    Mal pode fantasiar-te a mente acesa
    Tão gentil como quando ,venturoso,
    Te vi a vez primeira,ébrio de gozo,
    Extático de pasmo e de surpresa.

    Que prodígio de esplêndida beleza!
    Que lábios,que sorrir,que olhar piedoso!
    Que opulento cabelo...um mar ondoso
    Onde esconderas a gentil nudeza!

    Assentada num banco de verdura,
    Junto à margem do múrmuro Mondego,
    De um Corregio venceras a pintura.

    Ai! perdi,desde então,paz e sossego!
    Se estavas tão graciosa em tal postura,
    E comias um paio de Lamego!

    JOÃO PENHA ( 1839-1919 ) das rimas


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    MensagemAssunto: Re: Poesia   Poesia - Página 23 Icon_minitimeTer Mar 02, 2010 8:06 pm

    Olá amigos(as)

    Porque hoje (2 de Março), se comemora o dia da MULHER ANGOLANA, e o Kandando não podia deixar de prestar uma homenagem a essas GRANDES MULHERES, vou deixar em forma de homenagem um poema de Alda Lara, assim como um vídeo, cujo o poema faz parte da música
    PRELÚDIO

    Poesia - Página 23 Foto_d13

    Pela estrada desce a noite...
    Mãe-Negra, desce com ela...

    Nem buganvilias vermelhas,
    nem vestidinhos de folhos,
    nem brincadeiras de guisos,
    nas suas mãos apertadas.

    Só duas lágrimas grossas,
    em duas faces cansadas.

    Mãe-Negra tem voz de vento,
    voz de silêncio batendo
    nas folhas do cajueiro...

    Tem voz de noite, descendo,
    de mansinho, pela estrada...
    Que é feito desses meninos
    que gostava de embalar?...

    Que é feito desses meninos
    que ela ajudou a criar?...

    Quem ouve agora as histórias
    que costumava contar?...

    Mãe-Negra não sabe nada...

    Mas ai de quem sabe tudo,
    como eu sei tudo Mãe-Negra!

    Os teus meninos cresceram,
    e esqueceram as histórias
    que costumavas contar...

    Muitos partiram p'ra longe,
    quem sabe se hão-de voltar!...

    Só tu ficaste esperando,
    mãos cruzadas no regaço,
    bem quieta, bem calada.

    É tua a voz deste vento,
    desta saudade descendo,
    de mansinho pela estrada


    Alda Lara

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    MensagemAssunto: Re: Poesia   Poesia - Página 23 Icon_minitimeTer Mar 02, 2010 11:09 pm

    Oi Casimar

    Os meus Poesia - Página 23 26238 pelo tributo que fazes á mulher Africana neste dia Poesia - Página 23 Icon_lol elas merecem-no.


    Kandandos

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    MensagemAssunto: Mãe Negra   Poesia - Página 23 Icon_minitimeQua Mar 03, 2010 1:48 pm

    Olá a todos,

    Vocês sabem que eu também tenho uma "mãe negra"? Foi ela que me criou. Minha mãe partiu mas eu ainda a tenho a ela. Chegou o momento de eu retribuir o carinho que ela me deu, por isso, apesar de ela estar em S. João da Madeira com o marido e eu em Lisboa, eu telefono-lhe todos os dias e acompanho os problemas dela, ajudando a resolvê-los o melhor que posso.

    Kandandus
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    MensagemAssunto: Re: Poesia   Poesia - Página 23 Icon_minitimeQua Mar 03, 2010 5:34 pm

    Era uma vez uma menina

    [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]

    Era uma vez uma menina,
    Que no Paraíso vivia,
    Veio a guerra e o Paraíso acabou,
    O Inferno, o seu lugar ocupou,
    E a menina, assustada, para bem longe emigrou.

    Pensava que, de novo, o Éden encontrara,
    Tudo de uma ilusão não passara,
    Um novo Érebo achara,
    Sem tiros, nem minas,
    Mas com muita armadilha.

    A menina para sobreviver lutou,
    Perdeu a ingenuidade,
    E numa outra pessoa se transformou,
    Desconfiando até da gravidade!

    Isabel Santos

    24/04/2009
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    MensagemAssunto: Re: Poesia   Poesia - Página 23 Icon_minitimeQua Mar 03, 2010 5:54 pm

    A beleza das formas, cores, força e coragem está no coração da mulher angolana, traduz a liberdade, a complexidade e a simplicidade desse universo tão infinito que a Maê África nos traz.

    Viva a mulher angolana!!!
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    MensagemAssunto: Re: Poesia   Poesia - Página 23 Icon_minitimeQua Mar 03, 2010 9:11 pm

    Mas que veia poética, I. santos, dá-nos o prazer de lermos mais poemas lindos.

    Obrigada. Kandandu

    Fátima
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    MensagemAssunto: Re: Poesia   Poesia - Página 23 Icon_minitime

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